Apadrinhado por clã Bolsonaro, Coronel Fábio Candido é eleito prefeito de São José do Rio Preto

RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Em sua primeira disputa à prefeitura e ancorado na família Bolsonaro, o Coronel Fábio Candido (PL), 52, foi eleito prefeito de São José do Rio Preto neste domingo (27) ao derrotar no segundo turno o deputado estadual Itamar Borges (MDB), 58.

Candido registrava 60,45% dos votos válidos —com 89,5% das urnas apuradas, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral)— enquanto Itamar recebeu 39,55% votos, confirmando o favoritismo que já tinha apresentado no turno inicial, em que venceu (40,46% a 25,68%).

Natural de São José do Rio Preto, Coronel Fábio assumiu em 2020 o CPI-5 (Comando de Policiamento do Interior), baseado na própria cidade, e hoje está na reserva. Disputou uma vaga para a Assembleia Legislativa do estado em 2022, mas não se elegeu.

Chegou à eleição deste ano sem nunca ter exercido um cargo político, enquanto seu adversário ocupa uma vaga de deputado estadual desde 2011, já foi secretário de Agricultura do estado e também prefeito de Santa Fé do Sul (que fica a 670 km de São Paulo e a 160 km de São José do Rio Preto).

Em sua campanha, o prefeito eleito se mostrou como o candidato escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua família, além de firmar pilares no discurso de fé e família. Só dois partidos se coligaram com o policial militar da reserva: Novo e PMB.

Na última terça-feira (22), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) esteve novamente na cidade para atos de campanha, assim como já tinha feito no primeiro turno em visita com o ex-presidente.

Em entrevista à Folha de S.Paulo durante a campanha do segundo turno, o eleito disse que o apoio de Bolsonaro “reforça os nossos princípios e valores e aumenta a visibilidade das nossas propostas”.

Já a campanha de Itamar, que contava com 12 legendas, buscou mostrar que o candidato era experiente na política, além de ter o apoio de políticos como o prefeito Edinho Araújo (MDB), que está em seu quarto mandato à frente do município.

Também fizeram parte da coligação de Itamar Republicanos, PP, Podemos, Solidariedade, União Brasil, PSD, PSDB, Cidadania, PRTB, PRD e Avante.

Além da disputa intensa nas últimas três semanas, a eleição em Rio Preto contou com a neutralidade da frente esquerdista do município. PT, PSOL, PC do B e Rede publicaram um comunicado criticando Itamar, associando o MDB ao processo de impeachment de Dilma Rousseff e convocando os seus filiados para votarem no número 13, o que tornaria o voto nulo –o número do prefeito eleito é 22, e o de Itamar, 15.

O emedebista chegou a ter a candidatura indeferida pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) em razão de condenação de improbidade, julgada em segunda instância em 2016, por compras irregulares e emissão de notas frias enquanto prefeito em Santa Fé do Sul.

Itamar só conseguiu na semana do primeiro turno uma liminar do STF (Supremo Tribunal Federal) derrubando a decisão do TRE.

A liminar, concedida pelo ministro Dias Toffoli, suspendeu o indeferimento pelo TRE até o julgamento final e considerou que não havia provas suficientes para configurar dolo por parte de Itamar.

O vice-prefeito será o advogado e vereador Fábio Marcondes (PL), 48, que venceu as últimas três eleições à Câmara de Rio Preto.

Também disputaram o primeiro turno da eleição em São José do Rio Preto o deputado estadual Valdomiro Lopes (PSB), que teve 21,86% dos votos válidos –e que declarou apoio ao prefeito eleito no segundo turno–, Marco Antonio Rillo (PT), com 11,45%, Marcelo Zola Peres (DC), 0,36%, e Bruno Beolchi Posse (PCO), 0,18%.

MARCELO TOLEDO / Folhapress

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