Com uma contribuição imensa para a música popular brasileira, Adriana Calcanhotto completou 60 anos nesta semana! Para celebrar esta data especial, selecionamos os 20 maiores sucessos da cantora, compositora, instrumentista, arranjadora, ilustradora, escritora, professora e produtora musical gaúcha. Aproveite!
Adriana Calcanhotto: 60 anos de muita história
Nascida em Porto Alegre, em 03 de outubro de 1965, filha de um baterista de jazz e bossa nova e de uma bailarina e professora de Educação Física, Adriana Calcanhotto já cresceu cercada de arte. Aos seis anos ganhou da avó o primeiro violão.
Aprendeu a tocar o instrumento e também – mais tarde – a cantar, e logo passou a se interessar pela música popular, a literatura e as artes plásticas. Suas influências também passaram pelo Modernismo Brasileiro e pelo Movimento Antropofágico.
Sua carreira profissional na música começou em meados dos anos 80, mais precisamente em 1984, se apresentando em formato voz e violão em bares e casas noturnas de sua cidade natal.
Mas, como ela mesma conta em seu site oficial, logo percebeu que não era cantora de covers e que queria se apropriar das canções. Em 1986, começou a fazer projetos com Luciano Alabarse, diretor teatral de Porto Alegre, pois gostava de pensar no espetáculo como um todo: “dentro de uma linguagem pop, onde o figurino, a luz, o cenário, os poemas, as ideias, tudo é uma coisa só, não é apenas um recital de música, de cantora.”
Passou então a buscar espaços mais alternativos e de vanguarda na cidade, para apresentar seu espetáculo autoral. Em 1987, Adriana e Luciano Alabarse, diretor teatral de Porto Alegre, montaram um show chamado “A Mulher do Pau Brasil”, para falar do Modernismo.
Em 1989, após uma sequência de temporadas bem-sucedidas no circuito vanguardista de Porto Alegre e São Paulo, Calcanhotto foi convidada para cantar no Rio de Janeiro. A boa repercussão da crítica levou ao primeiro disco, “Enguiço”, em 1990, que trouxe parte do repertório dos shows que a revelaram e lhe rendeu o Prêmio Sharp de Revelação Feminina.
“Enguiço” foi dedicado à Maria Bethânia: Calcanhotto afirma que não existiria como artista se não fosse Bethânia, por isso a homenagem era natural e óbvia.
Em 1992, Adriana lançou o seu segundo álbum: “Senha”, em que das 13 faixas, nove são canções autorais, entre elas, grandes sucessos que alavancaram ainda mais a carreira da artista no Brasil inteiro.
Os 20 maiores sucessos de Adriana Calcanhotto
São já desse segundo álbum – que Adriana também atuou como produtora e arranjadora, além de tocar violão – músicas clássicas de seu repertório, como:
1 – Mentiras
2 – Esquadros
3 – Graffitis
Em 1994, a artista lançou o disco “A Fábrica do Poema”, trazendo doses de experimentalismo, com poemas de Augusto de Campos, Gertrude Stein, textos do cineasta Joaquim Pedro de Andrade e parcerias com Waly Salomão, Arnaldo Antunes, Antônio Cíceroe Jorge Salomão.
Entre os sucessos do álbum, que recebeu disco de ouro, estão as canções:
4 – Metade
5 – Cariocas
6 – Inverno (parceria com Antônio Cícero)
Em 1998, Calcanhotto lançou o disco “Maritmo” (sem acento mesmo, um jogo de palavras inventado pela artista, com “mar” e ritmo”).
O disco traz influências da dance music e conta com grandes sucessos da carreira da cantora:
7- Vambora
8 – Mais Feliz (de Cazuza, Bebel Gilbertoe Dé Palmeira)
O álbum é o primeiro de uma trilogia que traz referências sobre o mar no título e conquistou disco de ouro.
Em 2000, Adriana Calcanhotto lançou o álbum ao vivo Público, que recebeu disco de platina e trouxe grandes clássicos já consagrados da carreira da artista, além de duas novas regravações de muito sucesso:
9 – Devolva-me (da dupla da Jovem Guarda Leno & Lilian)
10 – Maresia (de Paulo Machado e Antônio Cícero)
Em 2002, foi a vez do disco Cantada, que também ganhou disco de platina e trouxe os grandes sucessos:
11 – Pelos Ares (parceria com Antônio Cícero)
12 – Justo Agora
13 – Cantada (Depois de Ter Você)
Essa última, composta especialmente para Maria Bethânia e interpretada lindamente pelas duas artistas no futuro.
Multiartista, Adriana Calcanhotto ilustrou, em 2003, o livro-disco “O Poeta Aprendiz”, de Vinicius de Moraes e Toquinho.
Em 2004, com o heterônimo de “Adriana Partimpim” – apelido pelo qual o pai a chamava na infância – Adriana Calcanhotto lançou o primeiro da sua série de discos idealizados para crianças. O sucesso foi tanto, que o trabalho – além deganhar disco de ouro – venceu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Infantil.
Entre as canções do álbum estão os hits:
14 – Fico Assim Sem Você (de Abdullah e Cacá Moraes, sucesso na voz de Claudinho & Buchecha)
15 – Oito Anos (de Paula Tollere Dunga)
16 – Ciranda da Bailarina (de Chico BuarqueeEdu Lobo)
No espetáculo do disco, os músicos usam, além dos instrumentos musicais convencionais, caixas de música, prato e colher, saco plástico, lixa, garrafa pet e até água para fazer a sonoplastia. Também atuam, interpretando personagens infantis.
Em 2008, Calcanhotto continuou a trilogia com temática sobre o mar – iniciada dez anos antes – e lançou o álbum “Maré”. Três canções deste trabalho estiveram em trilhas de novelas da Rede Globo, entre elas, o grande sucesso:
17- Mulher Sem Razão (de Bebel Gilberto, Cazuza e Dé Palmeira)
Outro grande sucesso do disco é a canção:
18 – Seu Pensamento (parceria de Calcanhotto com Dé Palmeira)
Ainda em 2008, a artista aventurou-se pela primeira vez no texto em prosa e lançou o livro “Saga Lusa: O Relato de uma Viagem”, sobre sua viagem à Portugal na turnê do disco “Maré”.
Em 2009, Calcanhotto lançou o álbum “Partimpim Dois”, que conta com mais sucessos voltados para o público infantil, ou – como prefere dizer Adriana – de classificação livre.
Em 2010, com sua canção Tua, interpretada por Maria Bethânia, Adriana Calcanhotto ganhou o Grammy Latino de Melhor Canção em Língua Portuguesa.
19 – Tua
Em 2011, a artista ilustrou o livro “Melchior, O Mais Melhor”, de Vik Muniz.
Também em 2011, lançou o disco “Micróbio do Samba”, totalmente autoral e dedicado ao samba.
Entre as canções está um grande sucesso de Adriana, que já tinha sido gravado por outras duasimportantes cantoras da MPB, Teresa CristinaeMarisa Monte:
20 – Beijo Sem
Em 2012, como Adriana Partimpim, lançou o terceiro da sua série de discos idealizados para crianças: “Partimpim Tlês”.
Em 2014, a cantora fez um único show em homenagem a seu conterrâneo Lupicínio Rodrigues. A apresentação foi gravada e lançada em CD e DVD, ao vivo, com o nome de “Loucura: Adriana Calcanhotto canta Lupicínio Rodrigues”.
Em 2016, Calcanhotto lançou, com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz, seu livro de letras “Pra Que É Que Serve Uma Canção Como Essa?”.
De abril de 2018 a fevereiro de 2019, Adriana Calcanhotto trabalhou na turnê musical internacional “A Mulher do Pau-Brasil”, que passou pelos principais palcos do Brasil e de Portugal, onde a artista havia trabalhado como professora convidada pelo curso de Letras da Universidade de Coimbra.
Ela também ministrou o curso de composição “Como Escrever Canções”, na Universidade de Coimbra.
A cantora foi, inclusive, nomeada Embaixadora da Língua Portuguesa da Universidade de Coimbra, no final de 2015. Ainda em Portugal, ela ministrou master classes sobre poesia portuguesa e brasileira, trovadores provençais e galegos, sobre a invenção da língua portuguesa e a canção popular do Brasil.
Entre o final de 2018 e o início de 2019, Adriana Calcanhotto recebe um álbum-tributo, em que artistas do novo cenário musical brasileiro interpretam versões de várias de suas canções. O projeto, chamado “Nada Ficou no Lugar”.
Em 2019, após um hiato de sete anos de gravações em estúdio, Adriana lançou o disco “Margem”, o último capítulo da trilogia iniciada com “Maritmo” (1998) e “Maré” (2008).
O mais recente lançamento de Adriana Calcanhotto, “Errante”, é de 2023 e conta com 11 faixas inéditas.



