O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não pretende indicar um “amigo”, mas sim uma pessoa gabaritada para ocupar o posto do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). A fala ocorreu durante uma coletiva de imprensa em Roma, nesta terça-feira (13).
Em viagem à Itália para cumprir agenda, o petista foi questionado sobre o perfil da pessoa que ele vai indicar para a corte e sobre qual mulher também estava sendo considerada para o posto. Em resposta, ele afirmou que será avaliado a capacidade de respeitar e cumprir a Constituição brasileira.
“Eu não quero um amigo. Eu quero um ministro da Suprema Corte que terá como função específica cumprir a Constituição brasileira. É essa a qualidade que eu quero. É a única. Foi assim com todos os ministros que eu indiquei até agora ou as ministras e vai continuar sendo assim”, afirmou Lula.
O petista afirmou, ainda, que pretende conversar com integrantes do governo antes de tomar a decisão.
Na capital italiana, Lula se reuniu com o Papa Leão XIV e participou de uma reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza. A previsão é de que o presidente retorne ao Brasil ainda nesta segunda, na parte da noite.
Atualmente é tido como favorito ao cargo disponível no STF o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. A avaliação se dá pela proximidade dele com Lula. As duas escolhas anteriores do petista foram os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino, advogado do presidente e ministro da Justiça respectivamente.
Caso o presidente decida atender às preferências do mundo político, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) passa a ser o principal candidato para a vaga. Seu apoio é majoritário no Senado, e os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes apoiam a indicação do congressista.
Outra especulação é o nome do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, que também é citado entre os cotados para a vaga, mas não está entre os favoritos.
O novo ministro a ser escolhido pelo presidente irá assumir o cargo de Barroso, que anunciou sua aposentadoria ao final da sessão plenária de quinta-feira (9). Na ocasião, ele afirmou que era hora de seguir novos rumos, sem a exposição pública associada ao cargo no STF.
Barroso atuou como ministro do Supremo por 12 anos e 3 meses, chegando a ocupar a presidência da Corte nos últimos dois anos. Ele completará 75 anos só em 2033, quando teria de se aposentar compulsoriamente.
O ministro defendeu a nomeação de uma mulher para o seu posto, sob o argumento de que as mulheres perderam espaço no Supremo desde a aposentadoria de Rosa Weber. Atualmente, Cármen Lúcia é a única na corte.
As chances de indicação de uma ministra pelo critério de representatividade gênero, porém, são consideradas baixas.



