3 destinos incríveis para conhecer no Panamá

A história do Panamá é antiga e marcante. O istmo do país emergiu do mar há milhões de anos, causando uma grande mudança na geografia do mundo com a separação dos oceanos Atlântico e Pacífico e a união da América do Sul com o norte do continente. No início do século XX, esse mesmo território testemunhou outro evento de grande impacto.

O Canal do Panamá, uma proeza engenhosa, revolucionou o transporte marítimo, criando um atalho entre o Atlântico e o Pacífico. Ao percorrer 80 km em poucas horas, substituiu as demoradas duas semanas de contorno da América do Sul. A ponte física entre os continentes se converteu em uma ponte para todo o planeta. Embora o Panamá seja notório pelo famoso canal e pelas oportunidades de compras, seu potencial vai além. O país desvenda uma infinidade de surpresas, desde paisagens deslumbrantes até uma herança cultural enriquecedora.

Fauna e flora encantadoras impulsionam turismo sustentável

Sua biodiversidade impressionante, exemplificada pela maior variedade de aves e árvores em comparação com toda a América do Norte, e suas milhas e 2.500 km de litoral acrescentam um caráter único. Delimitado pela Colômbia a leste e pela Costa Rica ao oeste, o Panamá possui um formato curvilíneo que permite explorar tanto o mar do Caribe (ao norte) quanto o Oceano Pacífico (ao sul) em uma única jornada.

O país se destaca cada vez mais pelo investimento em turismo sustentável, valorizando seus atrativos autênticos. De trilhas a mergulho, passando por surfe, rafting e observação de aves, o Panamá se configura como uma escolha primorosa para os amantes da natureza, proporcionando uma conexão única entre a floresta tropical e as praias paradisíacas.

A beleza dos oceanos

De fácil acesso a partir da Cidade do Panamá, as praias do Pacífico oferecem de águas calmas a trechos perfeitos para o surfe, além de rica vegetação e, se tiver sorte, a oportunidade de avistar baleias-jubarte. Para curtir aquelas praias de mar turquesa e cristalino, areia branca e palmeiras, vá ao litoral caribenho do país, onde estão as famosas ilhas de San Blas e o arquipélago de Bocas del Toro. No Panamá, você não precisa escolher qual oceano visitar.

Vista da ilha de Bocas del Toro, Panamá
Destino pouco explorado possui estilo próprio (Imagem: rui vale sousa | Shutterstock)

1. Bocas del Toro

Diversas ilhas, praias tranquilas com um mar cristalino e um clima de pura descontração. Bocas del Toro tem tudo o que se espera de um destino tipicamente caribenho, mas com uma vantagem: as belezas naturais seguem praticamente intocadas, já que este é um lugar ainda pouco explorado. Com um estilo de vida todo próprio, Bocas encanta logo à primeira vista, e o difícil é querer ir embora. Bocas del Toro é o nome da província e do arquipélago localizados no noroeste do Panamá, junto à fronteira com a Costa Rica. O turismo está concentrado nas ilhas, sendo três as principais: Isla Colón (onde fica a capital, Bocas Town), Isla Bastimentos e Isla Carenero.

Bocas Town é o maior centro urbano do arquipélago, ainda que bem compacto. Ali está a grande oferta de restaurantes, hotéis, lojas e agências de turismo, além da vida noturna local. Mesmo cercada pelo mar, a cidade não tem praias, mas sim uma costa tomada por construções coloridas sobre palafitas. Além de estar no meio do agito, quem se hospeda em Bocas Town tem fácil acesso a várias comodidades e aos passeios de barco que levam a outras ilhas da região.

Local possui várias opções de hospedagem

Para quem prefere uma hospedagem mais exclusiva, intimista ou próxima à natureza, não faltam opções em Bocas del Toro, inclusive na própria Isla Colón – de resorts, incluindo alguns com bangalôs sobre a água, a hostels animados. No arquipélago, mesmo as hospedagens mais luxuosas apresentam ótimo custo-benefício.

Agende passeios de barco com as agências locais, ou então com seu hotel, para explorar todas as belezas de Bocas del Toro. Na Isla Colón, vá à Playa estrella, na qual há uma abundância de estrelas do mar, e à Playa Boca del Drago, além da Playa Bluffe de Paki Point, ambas perfeitas para o surfe. Já a Isla Pajáros, como indica o nome, é um santuário de aves e um pequeno paraíso rochoso e coberto por vegetação no meio do mar aberto. Uma das maiores ilhas do Panamá, a Isla Bastimentos é reduto de pura tranquilidade, com resorts e outras opções de hospedagem bem integradas à natureza.

A principal atração é a Red Frog Beach – o nome vem dos pequenos sapos vermelhos que habitam a floresta no entorno. Vale conhecer também a Wizard Beach e a PlayaPolo, além de fazer snorkeling em Cayo Coral. As Cayos Zapatilla, duas pequenas ilhotas inabitadas, são cercadas por faixas de areia branquinha, recifes de corais e águas cristalinas, perfeitas para mergulho e snorkeling. São locais protegidos, parte do Parque Nacional Marinho da Isla Bastimentos.

Vista aérea de San Blas, Panamá
Território indígena é autônomo (Imagem: Stefan Neumann | Shutterstock)

2. Guna Yala

Rústico, privilegiado e simplesmente especial. Se você busca um destino para se isolar do mundo, este é o lugar certo. Guna Yala é um território indígena autônomo, composto por uma faixa estreita da costa nordeste do país, que é coberta por uma floresta tropical preservada, em um arquipélago com mais de 360 ilhas no mar do Caribe.

O local era chamado San Blas até o governo do Panamá reconhecer o direito do povo nativo guna. Muitas dessas ilhas são bem pequenas – não passam de uma porção de areia cercada por águas turquesas e cristalinas. Além disso, apenas 49 delas são habitadas. Os 50 mil gunas que vivem por lá mantêm um estilo de vida bem simples, vivendo em cabanas feitas de madeira, palha e folhas de palmeira e com um mobiliário restrito a algumas redes. Além de ter o direito sobre as terras, os gunas são os responsáveis por gerenciar as atividades por lá, inclusive as turísticas.

A estrutura de San Blas é bem limitada, por isso a dica é levar uma mala bem equipada, com baterias externas para seus equipamentos eletrônicos, toalha, lençóis e até itens básicos, como galão de água mineral e papel higiênico. Mas pode ter certeza que o visual compensa qualquer tipo de perrengue. Você estará em um pedaço do paraíso, em meio a uma infinidade de ilhas intocadas, um dos poucos lugares no mundo que ainda oferecem uma experiência tão pura e autêntica.

Cabanas típicas são as melhores acomodações

No quesito hospedagem, esqueça os resorts e hotéis de redes. Os locais mais disputados são as cabanas típicas dos gunas, com chão de areia, pouco conforto, pouca privacidade, mas geralmente elas estão nas ilhas mais bonitas, onde você vai poder dormir literalmente a três passos do mar, longe de qualquer estresse do mundo moderno. Sem luxos, porém com muita exclusividade. Há ainda áreas para camping e, para quem quer um pouco mais de conforto, hotéis e lodges simples – mas estes não ficam nas melhores ilhas nem oferecem a experiência típica de San Blas.

Praticamente todas as hospedagens contam com um pacote completo com café da manhã, almoço e jantar (mas vale levar algumas comidinhas na mala), além de transporte e passeios. Fazer todas as reservas por conta própria dá trabalho, já que praticamente nada é online, mas é possível. Outra opção é contratar uma agência de turismo – vai custar mais caro, mas você ficará livre de preocupações.

Depois, é só escolher quais ilhas visitar. As mais bonitas estão na parte oeste de San Blas, na região de Cartí. Corais, praias de areia branquinha, ilhas que não têm nada além de um punhado de palmeiras e um mar tão calmo e raso que mais parece uma grande piscina. Assim serão seus dias em Guna Yala. A Isla Perro é um dos melhores lugares para snorkeling. Belíssimos cenários também estão em Chichime, Franklin, Cayos Holandeses, Coco Blanco e tantas outras ilhas.

Vista aérea de Portobelo, Panamá,
Local possui fortes erguidos tidos como patrimônios históricos pela UNESCO (Imagem: Alfredo Maiquez | Shutterstock)

3. Portobelo

Ainda às margens do Caribe, está a pequena cidade de Portobelo. Sua baía é pontuada por fortes erguidos pelos espanhóis nos séculos 17 e 18 para combater as invasões de piratas. Hoje, são listados como Patrimônios da Humanidade pela UNESCO. Portobelo foi o maior porto da Espanha no período colonial na América Central, e o próprio Cristóvão Colombo desembarcou ali em 1502. A cultura em Portobelo é vibrante, uma herança dos descendentes de africanos que vieram do Congo.

É possível provar uma deliciosa culinária afro-caribenha, repleta de aromas, temperos e ingredientes como coco e frutos do mar, além de conhecer músicas e danças da cultura do Congo. Na Iglesia de San Felipe, está a famosa figura de Nazareno, ou o Cristo Negro de Portobelo, encontrado nas águas próximas ao porto e ao qual são atribuídos diversos milagres. Próximas a Portobelo, estão Isla Mamey, com belas praias caribenhas, e Isla Grande, um ambiente rústico com praias remotas que proporcionam atividades que vão do surfe ao snorkeling.

Por Patrícia Chemin e Cláudia Costa – revista Qual Viagem

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