O Ford Maverick foi lançado nos Estados Unidos em 1969, como uma resposta aos carros europeus e japoneses que estavam ganhando espaço no mercado americano.
O nome do carro é uma referência a um fazendeiro chamado Samuel Maverick, conhecido por não marcar seu gado com ferro quente. Isso levou a que qualquer animal não marcado fosse chamado de “maverick”. O emblema do carro apresentava a representação do chifre de um touro, em referência ao estado do Texas.
O Maverick foi projetado como um carro familiar compacto, de manutenção simples e aparência inspirada no Mustang, com um toque esportivo.
Em 17 de abril de 1969, foi lançado com um preço inicial de US$ 1.995, oferecendo 15 opções de cores e motores de seis cilindros de 2,8 e 3,3 litros. No primeiro ano, foram vendidas 579.000 unidades, quase 5.000 a mais do que o Mustang em seu primeiro ano de vendas.
No Brasil, a Ford já tinha dois modelos de sucesso, o Corcel e o Galaxie, que atendiam a diferentes faixas de preço. A montadora realizou uma pesquisa para determinar qual carro ocuparia a faixa intermediária do mercado. Foram apresentados quatro veículos – um Opala, um Corcel, um Maverick norte-americano e um Ford Taunus europeu – a 1300 consumidores em um evento secreto, sem distintivos ou logomarcas identificáveis. A pesquisa indicou o Taunus como o carro provável a ser bem recebido pelo público.
No entanto, a Ford não tinha os recursos necessários para produzir o Taunus no Brasil, pois a fábrica capaz de produzir o motor só estaria pronta em 1975. Além disso, a suspensão traseira independente do Taunus aumentaria os custos de produção, tornando o projeto inviável. Por esse motivo, a empresa decidiu ignorar a pesquisa e lançar o Maverick, aproveitando muitos componentes do Aero-Willys, como motor e transmissão.
O Maverick foi pré-apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo em 1972, mas só chegou ao mercado brasileiro em 1973. O modelo brasileiro era semelhante ao americano lançado em 1970, com exceção de um pequeno detalhe: o emblema não possuía o chifre de boi na letra “V”, como nos Estados Unidos. Essa mudança foi motivada pela polêmica gerada em relação ao teto solar do Fusca, que recebeu o apelido de “Cornowagen”.
Inicialmente, o Maverick estava disponível apenas na versão cupê de duas portas, mas o espaço limitado no banco traseiro não agradou imediatamente ao público. No entanto, a carroceria era ideal para a versão GT, equipada com câmbio de quatro marchas e alavanca no assoalho. O Maverick era oferecido em três versões: Super, Super Luxo e GT, esta última com motores V8 importados de 4,95 litros. As únicas opções de fábrica eram pintura metálica e direção hidráulica.