Alma de escritor

Adelmo Pinho
Adelmo Pinho
Adelmo Pinho foi Procurador do Estado de São Paulo, está como Promotor de Justiça desde 1995. É escritor, articulista e cronista.

Escritor costuma ser um lobo solitário na vasta e complexa selva da sociedade. É crítico e não aceita as coisas como são … escritor é questionador, revolucionário de ideias e das coisas da vida; por isso, nem sempre é benquisto, porque incomoda, por não aceitar opiniões prontas, ideologias fechadas ou dogmas. É um pensador. Certamente, sem os escritores, a sociedade estaria ainda mais atrasada.

O poeta (ou poetisa) é um ser humano diferenciado e incomum, com alma sublime, que consegue ver as coisas do mundo de outra forma, fruto de inspiração. Sem os poetas, o mundo seria mais triste e inculto: imaginemos o Brasil sem Drummond ou Cora Coralina … por outro lado, temos que ficar alertas ao surgimento de movimentos contra a literatura, como profetizado por Orwell, em 1984. Todo escritor sabe que não se tornará milionário com a venda de livros, mas os lança, de qualquer modo, para oportunizar conhecimento a terceiros, numa verdadeira “empatia literária”.

Quando criança, adquiri o hábito de leitura lendo gibis; por consequência, passei a gostar, também, de escrever. Como diz o provérbio acaipirado: uma coisa puxa a outra. Ler, por si, é comum; sábio é refletir sobre aquilo que se lê, extraindo-se lições disso. O escritor é um construtor/lapidador da intelectualidade: possui sede de saber, é estudioso, mas, consciente que pouco sabe ou quase nada.

Falo por mim: cada vez que encerro a leitura de um novo livro, faço uma retrospectiva e percebo o quanto era ignorante; quando foco no futuro e penso nos livros que pretendo ler, tenho plena consciência disso. Mark Tawin foi exato, quando disse: todos somos ignorantes, só que sobre coisas distintas. Escritores são fonte de inspiração.

Em Araçatuba, temos, Tito Damazo, Arnon Gomes, Hélio Consolaro, Carlos Brefore, Dr. Geraldo (Pratinha), Marcelo Teixeira, Cidinha Baracat (escritora e poetisa), Rafa José (poeta), Júnior Salvador (poeta), dentre outros escritores que fomentam a literatura. O literato é aberto às novas ideias, defende a liberdade de pensamento e de expressão, sem estar atrelado a formalidades, senão à obediência ao vernáculo.

Ainda que pouco prestigiado, lembro, treze (13) de outubro é considerado o “Dia Nacional do Escritor”. No Brasil a leitura precisa de estímulo, principalmente para a melhor formação dos alunos, que serão os profissionais do futuro, inclusive, escritores. Penso no escritor como importante ator social transformador. Por tudo isso, o escritor merece mais incentivo e valorização.

Parabéns aos eternos beletristas!

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