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Felicidade

Adelmo Pinho
Adelmo Pinho
Adelmo Pinho escreve a coluna Reflexão no TH+ Araçatuba. É articulista, cronista e membro da Academia de Letras de Penápolis e da Academia Araçatubense de Letras. Foi Procurador do Estado de São Paulo e está como Promotor de Justiça desde 1995.
Imagem Ilustrativa

Vários autores de livros e artigos pregam a existência de fórmula para a felicidade, como se houvesse um caminho ou etapas a percorrer para atingir esse objetivo. A Felicidade é um estado de espírito ou está na genética humana? Numa entrevista, Clóvis de Barros Filho, professor e filósofo, afirmou que: “Felicidade não tem fórmula, pois cada pessoa é única”.

Leandro Karnal, historiador, entende da mesma forma. Pensemos: uma mesma situação fática que traz alegria a determinada pessoa, não necessariamente trará à outra. Se o Palmeiras ganhou o Campeonato Brasileiro em 2023 e o Corinthians não, a torcida daquele time ficou feliz – eu inclusive – enquanto a deste, triste.

Perceba-se que o fato (evento) é o mesmo, mas um lado ficou feliz e o outro não. Como pensou Schopenhauer: o ser humano é movido pelo desejo ou interesse. É assim: um quer que chova, outro que faça sol …

Disse sabiamente Marco Aurélio, filósofo: “A felicidade da sua vida depende da qualidade dos seus pensamentos”. Se penso coisa boa, acontece coisa boa. Se cultuo coisas ruins, acontecem coisas ruins. “Somos o que pensamos”, disse Buda.

A interpretação ou o modo de encarar um problema, também pode ajudar na busca da felicidade. O filme “A Vida É Bela” é ótimo exemplo disso. O filme se passa durante a Segunda Guerra Mundial, na Itália Fascista, em que o judeu Guido Orefice tenta esconder seu filho dos nazistas e da consciência dele os horrores do Holocausto. A mensagem do filme consistiu na maneira lúdica de o pai mostrar ao filho a felicidade, mesmo diante de uma tragédia ou adversidade.

Uma pesquisa da Universidade de Harvard há quase oito décadas tenta responder à pergunta: o que realmente nos faz felizes? Essa pesquisa acompanhou jovens desde o ano de 1938, analisando 700 rapazes entre estudantes da universidade e moradores de bairros pobres de Boston, monitorando seu estado mental, físico e emocional durante toda a vida: e continua com seus descendentes – homens e mulheres.

O atual diretor do estudo em Harvard (4º desde o início da pesquisa), é o psiquiatra americano Robert Waldinger, que também é sacerdote zen. Disse Waldinger sobre os resultados da pesquisa à BBC: “Há muitas conclusões deste estudo. Mas o fundamental, que ouvimos uma vez ou outra, é que o importante para nos mantermos felizes e saudáveis ao longo da vida, é a qualidade dos nossos relacionamentos”.

Para Waldinger, uma relação de qualidade é aquela em que você se sente à vontade e seguro, porque você pode ser você mesmo. Ser você mesmo, antes, como pressuposto, é conhecer-se … Ana Beatriz Barbosa, psiquiatra, autora do livro Felicidade, explica que cerca de trinta por cento da nossa felicidade vem da genética, através de neurotransmissores – mensageiros químicos liberados pelos neurônios, substâncias que produzimos e nos fazem felizes, como a serotonina, gaba e ocitocina.

A especialista explica, por exemplo, que sem a ocitocina, ninguém consegue ter a sensação do amor. Certamente, ninguém é feliz o tempo todo e não existe relacionamento perfeito. Muitos pensadores sustentam que o distanciamento entre a ciência e a filosofia causa infelicidade.

Parece, assim, que a nossa genética, a qualidade dos relacionamentos e do pensamento, o lidar com o desejo, o autoconhecimento, o amor ao Divino e ao próximo são determinantes para sermos mais ou menos felizes.

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