A Polícia Federal de Araçatuba (SP) confirmou que iniciou uma investigação preliminar sobre a aeronave que foi abandonada pelo piloto após sair da pista e sofrer danos durante uma tentativa de pouso no aeródromo de Birigui, na última segunda-feira (4).
Agentes da PF estiveram em Birigui no dia seguinte ao acidente, juntamente com uma equipe da Polícia Civil liderada pelo delegado Eduardo Lima de Paula.
De acordo com informações fornecidas pelos responsáveis por uma oficina mecânica localizada próxima ao aeródromo, a aeronave estava estacionada no pátio do estabelecimento desde meados de 2022 e não havia passado por nenhum tipo de manutenção no local.
Eles relataram que um piloto, identificado apenas pelo primeiro nome, apareceu na oficina informando que iria retirar o avião. O piloto realizou um voo na sexta-feira (1), voltou na segunda-feira e disse que levaria a aeronave na quarta-feira. No entanto, o acidente ocorreu na segunda-feira e o piloto não foi mais visto desde então.
Em contato com a Receita Federal, foi revelado que o bimotor Beechcraft Baron, com prefixo PR-NIB, danificado em Birigui, havia sido adquirido por R$ 764 mil em um leilão da Receita Federal em 2 de agosto de 2022. O despacho indicava que a aeronave havia sido apreendida pela Polícia Federal do Estado de Tocantins.
Segundo informações divulgadas pelo site Defesanet em 21 de fevereiro de 2019, sob o título “Operação Flak – Tráfico aéreo de droga recrutou até pilotos comerciais”, o avião em questão teria sido utilizado em uma operação de transporte de drogas que resultou em sua queda no território venezuelano em março de 2017.
A matéria relatava que essa operação foi uma das maiores já realizadas no país contra o tráfico internacional de drogas, resultando em 54 mandados de prisão e 81 de busca e apreensão em diversos estados brasileiros. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Palmas, que também ordenou a apreensão de 47 aeronaves e 13 fazendas com mais de 10 mil cabeças de gado bovino relacionadas ao esquema criminoso.