Muitas crianças e adolescentes que tem problemas severos de locomoção e na coordenação motora dependem da equoterapia como tratamento. Por conta disto, em Santos, o Projeto Equoterapia vai ampliar o número de atendimentos que oferece gratuitamente a crianças e adolescentes. O serviço ganhará mais 50 vagas, que serão custeadas pela Prefeitura de Santos.
O anúncio foi feito pelo prefeito Rogério Santos, nesta quarta-feira (9), durante a comemoração do Dia Nacional e Municipal da Equoterapia.
“A Prefeitura já apoiava com 115 vagas para crianças e jovens e, atendendo a um pedido da presidente da entidade, vamos ter mais 50 vagas. Pedi agilidade no andamento do processo para, ainda neste mês, a gente assinar”, afirmou o prefeito.
Segundo a prefeitura, o trabalho pioneiro realizado na cidade de Santos acontece há 23 anos e atende 161 praticantes, com idades entre 3 e 18 anos. Pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), microcefalia, transtorno de ansiedade, entre outros.
A associação conta com pedagogos, psicólogos, fisioterapeutas, educadores físicos e assistentes sociais, além de veterinários e tratadores, que cuidam da saúde de 10 cavalos em atividade. As vagas excedentes à subvenção da municipalidade são custeadas com verbas adquiridas por meio de doações, patrocínio de empresas, emendas parlamentares, entre outras fontes. Atualmente, cerca de 380 famílias esperam por uma vaga.
“Hoje foi um dia de muita emoção. Com todos aqueles que abrem os braços para receber nossos desejos e de cada criança nossa, nós vamos transformar a Equoterapia para que a fila de espera (no atendimento) não exista mais. Esse trabalho com essas crianças é um mecanismo para a inclusão social que nós temos“, diz a presidente da Associação Equoterapia, Graça Borges da Silva, que lembra que foi procurada por várias cidades, inclusive de fora do Estado interessadas em conhecer a experiência desenvolvida aqui.
Requisitos
Para participar da lista de espera basta ter qualquer tipo de deficiência que não impeça a montaria. No período de inscrições, que acontece entre maio e junho, os interessados devem se dirigir à unidade (Avenida Francisco Manoel s/nº, no Jabaquara), com documentos, para realizar um agendamento com o serviço social, onde se faz a triagem, o pedido de exames e laudo médico.
Depois que surge a vaga, antes de iniciar as sessões, o paciente é encaminhado ao Centro Especializado em Reabilitação, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), para solicitação de exame de raio-X, e passa por nova avaliação da equipe terapêutica da associação para definir plano de tratamento.
A pequena Analu, de 5 anos, deu entrada no pedido para participar da Equoterapia no primeiro semestre de 2022 e começou o atendimento no início deste ano. Em pouco tempo de atividade, a mãe, Nadhusca Silva Sanches, já percebe os benefícios no tratamento da menina, que tem paralisia cerebral, microcefalia e epilepsia refratária e baixa visão.
“Ela começou a terapia e a escola regular neste ano e foi muito interessante essa combinação porque são atividades que ela nunca tinha feito e a gente conseguiu ver uma outra criança depois. A interação com as pessoas melhorou bastante e também a visão. Ela já faz uma busca visual. Dá para ver na Equoterapia que ela olha para os dois terapeutas e isso foi a melhor mudança, além do controle de tronco e cabeça”, avalia.
Nadhusca também destaca o diferencial do projeto. “Não tem nenhuma outra experiência que a gente já tenha proporcionado para a Analu que substitua a Equoterapia. O ambiente aqui é único: o silêncio, o contato com o animal, a abordagem do terapeuta, tudo isso é diferente. Foge de tudo que se vê em clínicas convencionais e é o que a gente quer para ela”.
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