Campanha da seleção feminina na Copa do Mundo foi decepcionante, mas futuro é promissor

Felipe Moreira
Felipe Moreira
Felipe Moreira é um apaixonado por esportes, sobretudo futebol. É formado em Direito e cursa jornalismo na Universidade Anhembi Morumbi.
Créditos: Reprodução

A Copa do Mundo de futebol feminino de 2023 chegou ao fim no último dia 20 de agosto, com a Espanha sagrando-se campeã pela primeira vez, após vitória de 1×0 sobre a Inglaterra. A competição mostrou que o futebol feminino não para de crescer e que é uma grande atração mundial.

Apesar da diferença para o futebol masculino ser muito grande, neste ano de Copa do Mundo, a seleção feminina teve investimentos inéditos para a disputa do torneio.

Com delegação recorde, voo fretado e um núcleo de saúde e performance, a equipe foi para a Austrália com expectativa de um bom resultado, apesar de não ser uma das favoritas ao título.

Além disso, as jogadoras estavam comprometidas em premiar a carreira de Marta, que disputaria sua última Copa do Mundo.

Mas não foi o que aconteceu. Apesar da boa estreia, as brasileiras deram adeus à competição ainda na fase de grupos, o que não acontecia desde 1995.

A campanha foi decepcionante e a rainha do futebol se despediu dos mundiais de forma melancólica, algo que não merecia pelo que representou.

Então o que faltou para a seleção ter um melhor resultado?

Seria injusto apenas apontar um ou outro culpado. Apesar do investimento feito neste ano, o futebol feminino ainda está atrasado no Brasil em relação a outros países. A eliminação na primeira fase foi precoce, mas o saldo é positivo e o futuro pode ser visto com bons olhos.

Investimentos devem aumentar

Os investimentos na modalidade devem continuar crescendo. O Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, disse em entrevista que o resultado em nada mudará o investimento no futebol feminino.

Dentre as promessas está a implementação do Campeonato Brasileiro sub-15 e sub-17. A ausência dessas categorias mostra que existe pouco incentivo para que meninas comecem a jogar futebol.

Essa lacuna gera um atraso no desenvolvimento tático e técnico das meninas, que acabam aprendendo somente na fase adulta, o que meninos aprendem desde criança.

Renovação do elenco e comissão técnica

Ainda que Marta e outros nomes tenham disputado sua última Copa, a boa notícia é que a maioria do elenco é formado por jogadoras jovens, com idade entre 20 e 23 anos. A expectativa para o próximo mundial, daqui quatro anos, é que todas elas estejam no auge.

A renovação também deve ocorrer no comando técnico, já que a treinadora sueca Pia Sundhage não deve permanecer no cargo.

Pia e sua comissão técnica não realizaram um bom trabalho nessa Copa do Mundo. A falta de criatividade da equipe e a postura passiva da treinadora à beira do gramado não agradaram.

Não é o caso de apontar o dedo para uma única culpada, até porque Pia contribuiu para o avanço do futebol feminino no Brasil, mas chama a atenção o fato de ser treinadora da seleção brasileira desde 2019 e até hoje não falar português. Talvez isso mostre o distanciamento entre a sueca e o país em que ela trabalha.

Com nova comissão técnica ou não, a seleção deverá recolher os cacos para a disputa das Olímpiadas de Paris, em 2024. Há muito trabalho pela frente, mas a perspectiva para o futebol feminino no Brasil é promissora. O futuro é logo ali e como disse Marta: “para mim é o fim da linha, mas pra elas só o começo.”

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