Quase todas as seleções contavam com inúmeros craques. Na América do Sul, só no Brasil havia Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e, mais recentemente, Adriano Imperador e Kaká (último brasileiro eleito o melhor jogador do mundo). A Argentina tinha Ortega, Verón, Batistuta, Crespo, Riquelme, Zanetti, Tevez e Messi, entre tantos outros. Nos outros países sul americanos não era diferente, a famosa dupla chilena Salas e Zamorano marcou época e os colombianos Rincón, Valderrama e Asprilla fizeram parte de uma seleção colombiana que entrou para a história.
As seleções europeias não ficavam para trás. Das que já foram campeãs do mundo, a França teve Zidane, Henry, Vieira, Thuram, Makelele, Pires e Ribery. A seleção alemã teve Ballack, Klose, Kahn, Schweinsteiger, Lahn, Neuville e Podolski. A inglesa tinha Ferdinand, Terry, Beckham, Rooney, Owen, Lampard e Gerrard. A Espanha, por sua vez, podia contar com Casillas, Puyol, Raul, Xabi Alonso, Xavi e Iniesta, enquanto a Itália tinha Buffon, Maldini, Nesta, Cannavaro, Pirlo, Totti, Del Piero e Inzaghi. Isso sem falar na Holanda, que nunca ganhou uma Copa, mas era recheada de talentos como Bergkamp, Kluivert, Overmars, Davids, Seedorf, Van Nistelrooy, Robben e Van Persie. Ainda podemos lembrar de Figo e Cristinano Ronaldo (Portugal), Giggs (País de Gales), Nedved (República Tcheca) e Ibrahimovic (Suécia), que eram tão bons quantos os citados, mas suas seleções nunca foram protagonistas.
A lista não acaba e certamente faltou citar um ou outro jogador que marcou essa época, mas o fato é que, nos últimos anos, quase todos eles penduraram as chuteiras. Agora, chegou a vez do lendário goleiro Gianluigi Buffon, que no último dia 02 de agosto, anunciou sua aposentadoria, aos 45 anos de idade.
O goleiro, que foi campeão do mundo com a Itália em 2006, publicou em suas redes sociais a seguinte mensagem: “Isso é tudo, pessoal! Vocês me deram tudo. Eu dei tudo a vocês. Nós fizemos isso juntos”.
Nas duas últimas temporadas, Buffon atuou pelo Parma, clube que o revelou para o futebol. O goleiro encerra a carreira com 1151 partidas disputadas. Recordista de jogos pela seleção italiana, com 176 partidas, Buffon defendeu a Itália nas copas de 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014. Ele poderia ter se tornado o único jogador a atuar em seis Copas do Mundo, mas a Azzurra não se classificou para as duas últimas edições na Rússia e Catar.
Com um estilo único debaixo das traves, Buffon foi um dos melhores goleiros da história do futebol. Extremamente seguro, ele não falhava e muito menos cometia erros grosseiros (o que pode acontecer com qualquer atleta, do pior ao melhor). Parecia fácil ser goleiro vendo Buffon jogar. As bolas fáceis eram agarradas, as difíceis eram, sem pose, espalmadas para escanteio, ou tranquilamente para a lateral, evitando rebotes nos pés dos atacantes. Até as “impossíveis” eram, de algum jeito, defendidas. Não foram poucas as vezes que ele fez milagres.
Sua aposentadoria é simbólica para o futebol e, particularmente falando, até um pouco triste. Ao encerrar a carreira, Buffon fará falta para todos aqueles que, além de gostarem do esporte, têm, assim como eu, uma visão nostálgica da época em que ele jogou. Dessa geração, restam ainda em atividade Iniesta, Messi e Cristiano Ronaldo, todos em fim de carreira. Não sou adepto a saudosismos exagerados e nem gosto de comparar jogadores de épocas diferentes, mas confesso que, o que virá depois deles, não me empolga tanto.