Seleção brasileira decepciona na Data FIFA. Diniz poderia renovar o time?

Felipe Moreira
Felipe Moreira
Felipe Moreira é um apaixonado por esportes, sobretudo futebol. É formado em Direito e cursa jornalismo na Universidade Anhembi Morumbi.
Créditos: Divulgação

A seleção brasileira foi a campo nos últimos dias 12 e 17 pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 e decepcionou ao empatar em casa contra a Venezuela e perder para o Uruguai em Montevidéu.

Foram dois jogos muito ruins e o que mais chamou a atenção foi a falta de criatividade do time brasileiro. Contra a Venezuela, mesmo jogando em casa, o Brasil não se impôs, concedeu muito espaço aos venezuelanos e, nos minutos finais, foi castigado com o belo gol de Bello. O empate acabou sendo justo.

Já contra o Uruguai, a seleção fez uma partida tenebrosa do início ao fim. Apesar de ficar mais tempo com a bola, não conseguiu criar nenhuma chance de gol e ainda sofreu dois em falhas de marcação. Para piorar, Neymar sofreu grave lesão no joelho esquerdo e deve ficar afastado dos gramados no mínimo de seis a oito meses.

Embora seja o jogador mais talentoso da seleção brasileira, Neymar não vem bem há algum tempo. O craque tem sofrido com diversas lesões principalmente depois que se transferiu para o PSG. Também por causa de lesões, não vinha atuando regularmente pelo Al-Hilal. Foram apenas cinco jogos pelo time árabe em dois meses. Talvez por esse motivo e por estar jogando em uma Liga menos intensa, pareceu estar um pouco fora de forma nesses jogos pela seleção.

Além disso, seu estilo de reter a bola a todo momento vai de encontro às ideias de Fernando Diniz, que gosta que suas equipes trabalhem com passes rápidos e muita movimentação. Considerando esse cenário, não seria nenhum absurdo começar a pensar na seleção brasileira sem Neymar, mesmo após sua recuperação. Vale lembrar que o último título do Brasil foi a Copa América de 2019 em que ele não jogou.

Por falar em Diniz, o técnico comandou a seleção brasileira em quatro jogos até agora, todos pelas eliminatórias, mas ainda não empolgou. A goleada na estreia contra a Bolívia não foi mais que a obrigação, a vitória contra o Peru com um gol de bola parada nos minutos finais não convenceu e os jogos contra Venezuela e Uruguai foram terríveis.

Quatro jogos ainda é muito pouco para uma análise mais profunda, porém a opção de Diniz em manter praticamente o mesmo grupo de jogadores que foi ao Catar não parece

ser a mais acertada. Boa parte desses atletas já teve inúmeras chances, mas não conseguiu aproveitá-las.

É o caso, por exemplo, de Gabriel Jesus, que em oito jogos em Copas do Mundo pelo Brasil não marcou nenhum gol e não deu nenhuma assistência, mas novamente teve a chance de começar como titular no comando do ataque na partida contra o Uruguai.

De fato, a posição de centro avante aparenta ser um problema para a seleção. A principal esperança era Richarlisson, mas o atacante do Tottenham não está correspondendo. Curiosamente, o melhor jogador do campeonato brasileiro, Tiquinho Soares, do Botafogo, é um centro avante, mas não foi convocado por Fernando Diniz nenhuma vez.

Será que Tiquinho não merece uma chance? Ou será que o Brasil precisa mesmo jogar com um 9? Atualmente, muitos times têm sucesso jogando sem um atacante de ofício. Não seria nenhuma revolução tática jogar assim.

Marquinhos e Casemiro também poderiam seguir o mesmo caminho dos demais citados e dar chance aos mais novos. Os dois foram muito mal contra Venezuela e Uruguai e ambos estiveram nas duas últimas copas em que o Brasil foi eliminado precocemente.

Com o aumento no número de seleções que disputarão a próxima Copa do Mundo, sete de dez equipes se classificarão na América do Sul. Portanto, é impossível o Brasil ficar de fora. A longa e arrastada eliminatória sul-americana poderia servir de laboratório para que Diniz testasse novos jogadores, mas essa não parece ser sua intenção ao manter a mesma base dos selecionados por Tite.

Apesar de ser bom treinador, é preciso ponderar que Fernando Diniz está como interino no cargo, já que a real intenção da CBF é que Carlo Ancelotti assuma o posto futuramente.

Como está somente esquentando o banco para o italiano, será que Diniz tem força para bater de frente com alguns medalhões e iniciar um processo de renovação na seleção brasileira? Ou será que não mexerá nesse vespeiro para poder navegar em águas mais calmas até finalmente deixar a tarefa para seu sucessor?

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