A Secretaria de Saúde de Campinas projeta redução dos casos de dengue a partir deste mês, após ter registrado pico de transmissão da doença entre 7 e 13 de abril. A cidade segue em situação de emergência e a Pasta reforça o alerta para que a população mantenha cuidados para evitar criadouros do mosquito transmissor.
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Segundo o coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto Marinho Neto, os dados mostram que a cidade atingiu o pico de transmissão da dengue na semana de 7 a 13 de abril, passando pela fase de platô do número de casos nas semanas seguintes e tendência ao decréscimo. Historicamente, a partir de maio, o número de casos diminui drasticamente, muito atrelado ao clima mais frio, que diminui a atividade e reprodução do mosquito transmissor. Por isso, há expectativa para o resfriamento mais intenso do clima, que colabora para a redução de casos.
Desde janeiro, Campinas já registrou 84.553 casos de dengue e 23 mortes pela doença.
A epidemia de dengue é nacional e, neste ano, dois fatores contribuíram para aumento de casos em Campinas apesar da série de esforços da Administração para combater a doença e aprimorar a assistência em saúde: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história, e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito, principalmente por conta das sucessivas ondas de calor registradas desde outubro.
O coordenador lembrou que a melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
“Essa orientação é permanente e vale também para os períodos de outono e inverno. Separe dez minutos por semana para verificar se não há nenhum espaço com água parada que possa servir de criadouro na sua casa ou comércio. A luta contra a dengue precisa ser constante e é importante que cada vez mais a população se mobilize”.
Orientações sobre assistência
A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.
“A gravidade por dengue, ela se dá, principalmente, na fase que a gente considera crítica, quando a pessoa deixa de ter febre. Diferente de outras viroses, que quando melhora a febre, a gente vê que está tendo resolução, na dengue isso não acontece. Então, nesse momento, as pessoas devem estar muito atentas se elas melhoraram ou se elas começaram a ter algumas alterações, como muitos vômitos, algum sinal de sangramento, por exemplo, na gengiva ou a mulher menstruada que começa a menstruar no maior volume e, além disso, se ela tem aquela sensação de desmaio, começa a se sentir mais indisposta. Essas pessoas têm que voltar imediatamente para a assistência médica para fazer hidratação, muitas vezes, na veia. Uma outra questão que faz a pessoa ter um desfecho favorável é conseguir beber a quantidade de líquido prescrita, que são 60 ml por quilo de peso, sendo um terço em sais de hidratação oral”, alertou a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea Von Zuben.