Campinas realiza neste sábado, 16, um mutirão para combate a criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, no Jardim Eulina. A Secretaria de Saúde faz um apelo para que a população facilite as ações das equipes e colabore.
O bairro é um dos sete em situação de alerta para elevado risco de transmissão da doença, e a medida ocorre em meio ao contexto de preocupação da Secretaria de Saúde com a reintrodução dos vírus tipos 3 e 4 da doença. Por enquanto, não há registros na metrópole.
Como será o mutirão?
A ação no Jardim Eulina será realizada das 8h30 às 12h e vai mobilizar 114 pessoas, incluindo todos os trabalhadores das equipes contratadas pela Administração para atuar nos serviços de visita aos imóveis e, com isso, remover possíveis criadouros do mosquito.
A previsão é de que as equipes atuem em 4 mil imóveis localizados em 192 quarteirões. O pedido da Saúde é para que os moradores do Jardim Eulina liberem acesso às casas e coloquem criadouros para fora. O trabalho terá apoio de um caminhão cata-treco para recolher os materiais inadequados e de um carro de som para alertar a população.
O mutirão faz parte das ações realizadas pela Administração que visam evitar uma nova explosão de casos confirmados da doença e risco de novos óbitos.
Preocupação e riscos
Campinas declarou epidemia da doença em abril e a Saúde destaca que o esforço do poder público e população é imprescindível para evitar uma explosão de casos e risco de novos óbitos pela doença. Neste ano, a metrópole já confirmou 10.173 casos e teve três mortes.
Neste momento, 846 casos são investigados. Além disso, em outubro, a avaliação de densidade larvária quase triplicou em um ano: era 0,5 em 2022 e chegou a 1,4 neste ano.
A preocupação da Saúde com os tipos 3 e 4 da dengue decorre da ausência destes vírus nos últimos anos, o que torna crianças e adolescentes, além de adultos ou idosos que não tiveram a doença, mais vulneráveis por causa da falta de anticorpos contra as infecções: o tipo 3 não é verificado há 14 anos, e o tipo 4 foi registrado pela última vez há nove anos.
Além disso, há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior. Outros municípios brasileiros já registraram casos do 3 e 4.
“Campinas possui muita competência para o enfrentamento das arboviroses, conta com equipe técnica competente de profissionais bem preparados que atuam de forma qualificada. Além disso, através da articulação intersetorial, toda a administração pública está empenhada em atuar contra o mosquito e proteger a saúde da população. Mas essa luta contra o mosquito é de todos nós, juntando forças da Prefeitura e da população poderemos enfrentar este mosquito e evitar uma situação complicada nos próximos meses. Então faça sua parte, receba os agentes na sua casa, remova os criadouros e não deixe água parada” destacou a articuladora da intersetorialidade no Comitê de Prevenção e Controle de Arboviroses, Priscilla Pegoraro.
Combate à doença
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Levantamento do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) diz que 80% dos criadouros estão dentro das residências.
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar acúmulo de água, latas, pneus, pratos de plantas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados os vasos sanitários inutilizados.
Orientações
A dengue provoca febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia. Caso tenha estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde de Campinas para receber atendimento médico.
A orientação da Secretaria de Saúde para pacientes com sintomas da dengue é a busca pelos centros de saúde. Os endereços e horários de atendimento estão disponíveis no site da Pasta: https://portal.campinas.sp.gov.br/secretaria/saude/pagina/centros-de-saude.
Comitê de prevenção
Em 2015, a Prefeitura criou o Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses, que neste ano passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses.
O grupo reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa.
No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais. Mais informações no hotsite: https://dengue.campinas.sp.gov.br