Em nota, parte da chapa MRP se desculpa e pede a renúncia de Eberlin

Parte da chapa ‘Movimento Revolução Pontepretana’, MRP, divulgou uma carta aberta à torcida pontepretana para se desculpar e pedir a renúncia do presidente executivo da Ponte Preta, Marco Eberlin. O documento foi enviado para toda a imprensa de Campinas e é assinada por alguns conselheiros que fazem parte da chapa.

O manifesto foi elaborado por cerca de 70 pessoas, incluindo conselheiros eleitos, natos, suplentes e contribuintes ligados ao MRP. No entanto, destes, apenas 40 podem discutir sobre a renúncia, já que são eleitos e natos. De acordo com o estatuto do clube, formam o conselho 150 natos, 75 suplentes de natos e 75 suplentes de titulares.

A carta não foi assinada nominalmente pelos integrantes em virtude do próprio estatuto, uma vez que assuntos internos que não são tratados nos órgãos da Ponte Preta são classificados como infração do código de ética.

Após a divulgação da carta à imprensa, o ‘Tudo Pela Ponte, Nada da Ponte’, outra parte que compõe a chapa MRP, se pronunciou por meio das redes sociais e negou ter assinado ou redigido qualquer pedido de renúncia.

Confira a nota do TPPNDP

O Tudo Pela Ponte Nada da Ponte esclarece à toda coletividade pontepretana, que em momento algum, redigiu e assinou qualquer PEDIDO DE RENÚNCIA do Presidente da Diretoria Executiva. Cabe destacar que tal pedido é assinado por grupo de Conselheiros Natos e Contribuintes, infringe nosso Estatuto Social. Ressalta-se que assuntos internos devem ser tratados nos órgãos competentes do clube. Ressaltamos ainda que a atitude destes conselheiros são passíveis de punição, conforme rege nosso Estatuto. E cabe ainda um questionamento: será que este suposto grupo de conselheiros realmente existe? E se existe, porque eles mesmos não pediram a renúncia de ex-dirigentes que criaram R$ 320 milhões de dívidas ao clube. Ou será que não são apenas interesses políticos?

Leia na íntegra

Tempos atrás, nasceu um grupo na Ponte Preta denominado Tudo Pela Ponte Nada da Ponte (TPPNDP). Esse grupo, formado por torcedores, que posteriormente vieram a se tornar Conselheiros, tinha como objetivo a mudança total na gestão da Ponte Preta. Ao longo dos últimos 26 anos, nosso clube se viu refém de um grupo político que dizia aos quatro cantos, e sem o menor pudor, que não iria “largar o osso”. Dessa forma, esse grupo político geriu a nossa querida Macaca com métodos ultrapassados e um único objetivo: a manutenção do poder.

Infelizmente, a estrutura sempre foi comandada de forma amadora, literalmente, tanto que os principais dirigentes, desde o início da gestão, vieram do nosso apreciado futebol de várzea. O que a princípio foi bom e ajudou a Ponte Preta, com o passar do tempo acabou sendo danoso e prejudicial. O então Administrador de plantão, que assumiu o clube com uma dívida de 3 milhões de reais, passados 20 anos, nos “devolveu” o mesmo com pornográficos 250 milhões de reais de déficit, o patrimônio dilapidado e, por incrível que pareça, penhorado por ele mesmo. O benfeitor de outrora se tornou nosso grande carrasco; penhorando nosso patrimônio, bloqueando nossas contas e inviabilizando o máximo possível a entidade. À época perguntávamos: Esse é o tão falado “Salvador da Pátria” que tantos amam? Entendemos que não, e lutamos para afastá-lo do nosso convívio pelas vias legais: pela eleição. E assim foi feito.

O TPPNDP cresceu e, para aglutinarmos Pontepretanos das mais variadas correntes, numa “sopa de letras”, surgiu o Movimento Renascer Pontepretano (MRP). O MRP surgiu para mudar a Ponte Preta. Entendíamos que uma gestão de futebol no Século XXI se faz com profissionais capacitados, com pessoas que entendam minimamente como se dá a relação com investidores, pessoas com experiência profissional que pudessem “vender” o produto Ponte Preta para o mercado. A marca Ponte Preta é gigante, não pode ser tratada como time de esquina, ou como se trata um time amador. Entendemos perfeitamente o valor da amizade e gratidão. São valores que custam caro, e o inverso também é verdadeiro, a ingratidão. Já diria o filósofo: “A INGRATIDÃO É O MAU HÁLITO DA ALMA”. Mas isso não quer dizer que uma gestão de time de futebol deva ser tocada por amigos; jamais. Uma ação entre amigos é maravilhosa.

Maravilhosa para fazermos um churrasco, uma confraternização, um bate papo, uma resenha. Futebol é coisa séria, envolve recursos, é business, é paixão, envolve uma cidade inteira, um país. Entendemos também que um Administrador de um clube, uma empresa, um comércio, deverá sempre agir com parcimônia e seriedade e visar o crescimento e não apoio através de cargos. Não se usa as prerrogativas do cargo para beneficiar amigos, e muito menos para perseguir adversários.

O MRP sempre pregou e divulgou vastamente no material de campanha toda necessidade de mudança, e essas eram nossas promessas. Pregamos e defendemos a implantação de um projeto de remodelação do formato de gestão profissional do clube. Defendemos a governança que proteja o clube de disputas políticas que prejudicam a entidade.

Infelizmente, nesses quase dois anos, muito pouco, ou quase nada, foi feito. Entendemos perfeitamente as condições em que herdamos o clube. Nos foi entregue uma instituição com “Terra Arrasada”, uma situação caótica e com boicotes a todo momento: com bloqueios de contas, processos trabalhistas, dívidas e mais dívidas. Uma verdadeira HERANÇA MALDITA; isso é fato. Elogiamos o que já foi feito, como as reformas no Moisés Lucarelli, nos alojamentos, bem como os grandes trabalhos realizados pelos departamentos de Marketing e Jurídico, na tentativa de equalização dos processos. Mas a gestão do Futebol continua arcaica. Temos um excelente clube social que está jogado às traças; clube esse, aliás, que foi salvo pelo grupo TPPNDP da sanha de ser vendido pela antiga Administração. Esse clube poderia gerar receitas para a Ponte, mas está caindo aos pedaços, sem nenhum plano de reforma e utilização.

Mas ao mesmo tempo, também, acreditamos que tudo tem seu tempo. Tem-se o tempo de reclamar e de se lamuriar, e o tempo de se organizar, criar coragem e buscar a solução dos problemas. “Pegamos uma dívida enorme”, “culpa dos outros que estavam aqui”, “isso é choro das viúvas”, “se a bola entrar acaba tudo isso”, “culpa da outra gestão”. Isso não cabe mais, não podemos nos agarrar nessas desculpas eternamente.

Esse manifesto traz a voz de Conselheiros Eleitos, Conselheiros Suplentes Eleitos, Conselheiros Natos e Conselheiros Contribuintes, mas em um movimento totalmente apolítico. Deixamos claro que não propomos “caça às bruxas”. Não estamos buscando culpados, não estamos em conluio com nenhuma vertente política dentro da Ponte Preta, nem de situação e nem de oposição onde em ambas temos amizades de longa data. Buscamos o FIEL e IRRESTRITO cumprimento do que foi prometido em campanha, mesmo com todas as dificuldades. Buscamos a transparência na gestão do futebol, profissional e de base. Buscamos o FIEL e IRRESTRITO cumprimento do novo Estatuto da Associação Atlética Ponte Preta. Acreditamos que é possível mudar. Convocamos as correntes políticas que se dispam de suas vaidades, que tirem as máscaras do ódio e busquem a PAZ.

Hoje, este grupo de conselheiros, que por questões de valores e pelo projeto que os motivaram, vêm solicitar a renúncia imediata do Presidente da Diretoria Executiva da Associação Atlética Ponte Preta, Marco Antonio Eberlin, face aos últimos fatos ocorridos ao longo de sua gestão até aqui e temerários desmandos administrativos, como exemplo a ameaça de greve de jogadores, despejo de atletas da base do seu centro de treinamento e contratações de jogadores que sequer jogaram e muitas mais a se investigar. Declaramos apoio ao cumprimento do novo Estatuto, respeitando que a gestão da Diretoria Executiva seja assumida pela linha sucessória nele prevista. E sugerimos, ainda, a montagem de um Comitê de Administração, com portas abertas para pontepretanos de mercado independente de ala política, com um trabalho de gestão integrada, profissional e pregando união completa, que dê alicerce, apoie e auxilie nesse momento conturbado da nossa Macaca.

Muitos pontepretanos qualificados foram afastados pela atual gestão, que decidiu seguir com suas próprias pernas e negligenciando boa parte do projeto político eleito pelo conselho deliberativo. É de suma importância que se resgate de volta a confiança da torcida e do mercado na administração do clube, que não funcionará mais com o mandatário atual. Por isso o pedido de afastamento imediato, para que algo seja feito em suporte ao Departamento de Futebol, bem como ao administrativo.

Somente assim, a Ponte Preta voltará a respirar sem aparelhos. Aqueles que não têm a capacidade de compreensão e entendimento desse pedido, ou mesmo os que não queiram, façam um favor: saiam de vez da vida da Ponte Preta, se afastem definitivamente, apaguem a Ponte Preta de suas vidas, e no máximo assistam da arquibancada. Ao fazerem isso, tenham a certeza que farão um grande favor, não a nós que assinamos essa carta, mas à Associação Atlética Ponte Preta. Escolham, senhores, de que lado da história vocês querem ficar. Como heróis ou vilões? Lembrando que a diferença entre Heróis e Vilões, são apenas os objetivos. Aos milhares de torcedores Pontepretanos, que assim como nós, acreditaram no projeto do MRP, ao qual pertencemos, humildemente pedimos desculpas. Erramos? Se erramos, tenham a certeza que foi um erro involuntário. Nossa intenção sempre foi acertar; jamais visamos ou pensamos enganar ninguém.

Este manifesto deixa claro que doravante o grupo de conselheiros que aqui se manifesta terá uma postura INDEPENDENTE. Nesta carta não há diretores arrependidos, nem ex-diretores de olho em cargos, nem conselheiros que eram/foram remunerados ou prestadores de serviços e que perderam tal. Ao contrário, este grupo de conselheiros não é omisso, adiamos muito esta carta pensando no clube, porém tudo em sua hora. Estamos certo de que esta Carta Aberta não mudará a situação atual do time e já sabemos que seremos atacados e taxados de tumultuadores, mas isso não mudará o cenário. Parafraseando nosso atual presidente “a bola não entra por acaso”.

Assinam esta Carta Aberta: Conselheiros Eleitos, Conselheiros Suplentes Eleitos, Conselheiros Natos e Conselheiros Contribuintes ligados ao MRP

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