Funk, resistência e sonhos: a trajetória de Pétala de Azevedo

Israel Moreira
Israel Moreira
Israel Moreira é jornalista com passagens pelo Correio Popular, Rádio Central e Jovem Pan News.
Foto: Divulgação

Na dinâmica cidade de Sumaré, uma das maiores da Região Metropolitana de Campinas, nasceu Pétala de Azevedo Campos Almeida, uma jovem de 19 anos que carrega em si a força e a determinação de quem acredita no poder transformador da música. Desde 2021, quando começou a tocar, Pétala tem dado passos firmes no cenário do funk, mas foi em 2022 que sua trajetória profissional realmente ganhou força. Agora, ela tem um objetivo claro: levar o funk ao mundo, com respeito às suas raízes e impacto social.

“Meu maior sonho é que todos respeitem o funk como ele merece. Quero mostrar que esse movimento muda vidas”, diz Pétala, com a convicção de quem sabe que a música vai além do entretenimento. Para ela, o funk é uma ferramenta de transformação, e ela faz questão de retribuir tudo o que aprendeu por meio de projetos sociais.

Mas ser mulher nesse universo não é fácil. Pétala enfrenta os desafios de um cenário marcado pelo machismo estrutural. “Quando mulheres estão nas line-ups, é quase sempre para preencher uma cota. Eu não quero ser a única nesses espaços; quero que sejamos muitas!”, desabafa. Desde o momento em que chega aos eventos, sente o peso da desigualdade, com cachês menores e um tratamento inferior em comparação aos homens.

Cansada dessa realidade, Pétala decidiu agir. Recentemente, organizou um curso gratuito de discotecagem para mulheres em Campinas. “As aulas e os equipamentos são muito caros. Eu quis criar algo que possibilitasse o aprendizado de outras mulheres na cena da cidade”, conta. O projeto, realizado com esforço e amor, terá seu encerramento em grande estilo: um evento no Lab General Store, onde as alunas terão a oportunidade de mostrar seu talento e ganhar visibilidade nas redes sociais.

“É um trabalho de base, mas que precisa ser feito. Para mim, ser hip hop é isso: retribuir tudo o que aprendemos por uma causa maior.”

O ano de 2024 foi um marco para Pétala. Tornou-se residente da Submundo, tocou em diversas cidades novas e viu muitos de seus sonhos se realizarem. “Agora posso dizer que estou vivendo do meu sonho”, afirma, com brilho nos olhos.

Ainda há muito a ser conquistado, mas a jovem DJ já projeta um futuro ainda mais promissor. “2025 será um ano de ainda mais conquistas. Vamos para cima com tudo!”

Com seu talento, força e generosidade, Pétala não apenas toca música, mas também toca vidas, provando que o funk é mais do que um ritmo: é resistência, luta e transformação.

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