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Murais transformam praça da Vila Industrial em galeria a céu aberto com arte urbana e memória negra

Foto: Firmino Piton

A Praça Corrêa de Lemos, em frente ao Teatro Castro Mendes, na Vila Industrial, ganhou novos contornos visuais com a instalação de murais que exaltam a cultura negra, a ancestralidade e o meio ambiente. A ação integra a primeira edição do Projeto NaLata em Campinas.

O muro do Coreto Aureluce Santos, que integra o espaço da praça, tornou-se o cenário da intervenção artística promovida pela WestRock, em parceria com a Agência Inhaus e apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. A proposta alia arte urbana, memória social e sustentabilidade, ressignificando o espaço público e ampliando a relação entre a cidade e seus moradores.

Três artistas participaram da iniciativa: Gim, Sabrina Savani e Ewerton Epifania. Reconhecido por retratar temas ligados à negritude, Ewerton escolheu homenagear a Dama do Samba de Campinas, falecida em 2020. No mural, ele representou a Bahia como símbolo do samba e das periferias brasileiras. “A localização da praça, em frente ao teatro, e a presença do coreto batizado com o nome de Aureluce, inspiraram nossa escolha. O espaço ganhou outra energia com a arte, as pessoas se aproximam, conversam e se reconhecem nas imagens”, relatou o artista.

A temática ambiental guiou o trabalho de Gim. O mural apresenta elementos visuais que alertam para a preservação do planeta e provocam reflexão sobre o papel de cada um. “A arte urbana tem força para despertar consciência. Aqui, ela se tornou um convite à mudança e à sensibilidade”, afirmou.

Já Sabrina Savani trouxe à parede uma composição que mistura cotidiano, ancestralidade e resistência. Um menino empinando a bicicleta enquanto puxa uma carrocinha representa a juventude periférica e os catadores de recicláveis. O mural também presta homenagem ao Mestre TC Silva, conhecido por plantar baobás em Campinas, e à própria Aureluce, cuja história segue pouco divulgada. “É um privilégio ocupar um espaço tão acessível e dar voz a essas histórias. Os relatos que ouvimos durante a pintura mostraram o quanto a arte pode transformar o olhar das pessoas”, destacou Sabrina.

Durante os dias de trabalho, os artistas relataram momentos de emoção com os moradores da região. Muitos se sentiram representados nas obras e elogiaram a revitalização do espaço, agora ressignificado como símbolo de identidade e valorização da cultura local.

O Projeto NaLata, já realizado em outras capitais e com passagem pelo Museu Straat, na Holanda, chegou a Campinas com o propósito de transformar a cidade em um grande painel artístico. A intenção é ampliar as intervenções em outras áreas urbanas e fortalecer a presença da arte de rua como instrumento de memória, pertencimento e expressão popular.

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