O que esperamos do Guarani em 2024: o término das desculpas

Elias Aredes
Elias Aredes
Elias Aredes Junior é jornalista formado desde 1994. Já trabalhou nos jornais Diário do Povo, Tododia e agora está no Correio Popular. Também atuou na TV Século 21, Rádio Central e atualmente está na Rádio Brasil. É responsável pelo portal Só dérbi (www.soderbi.com.br)
Créditos: Raphael Silvestre/Guarani FC
Créditos: Raphael Silvestre/Guarani FC

Janeiro não deveria ter tal nome. Deveria se chamar esperança ou recomeço. São 31 dias em que tudo parece transcorrer de modo lento e vagaroso. Temos tempo para fazer planos, estipular objetivos e firmar os alicerces dos sonhos. No futebol, o torcedor acompanha o mercado de contratações, os jogadores com os novos uniformes e as promessas de treinadores, dirigentes e dos próprios atletas. O torcedor do Guarani olha no calendário, conta os dias para o retorno em campo e pensa em jornada histórica no campeonato paulista e na Série B do Campeonato Brasileiro. Sonha também com um outro presente: a extinção das desculpas.

Nos últimos anos, o roteiro é o mesmo: o time arranca, consegue uma sequência de vitórias e depois cai de produção. Ou perde pontos em partidas emblemáticas. Ou exibe um desempenho espetacular quando não vale mais nada. Depois, os dirigentes aparecem com cara de maracujá murcha e pedem desculpas. Reflita. Vai constatar que eu não exagero.

Em 2021, o time treinado por Daniel Paulista fez 54 gols em 38 jogos na Série B. Mas foi envolvido em casa pelo Goiás na penúltima rodada e viu o acesso ir embora. No ano seguinte, o terceiro lugar no segundo turno com 33 pontos foi motivo de orgulho. Do que adiantou diante dos 18 pontos do primeiro turno e a presença na zona do rebaixamento? A pontuação só valeu pela manutenção.

Na Série B de 2023, o técnico Umberto Louzer assumiu após a saída de Bruno Pivetti e proporcionou arrancada histórica, presença no grupo de classificação e um futebol eficiente. Quando precisava de um banco de reservas para sustentar o ritmo ficou à deriva. No Campeonato Paulista, por sua vez, nem adianta sonhar com semifinal ou final. Cravar a manutenção da vaga na divisão está de bom tamanho.

Todos estes enredos decepcionantes tinham um personagem central no desenlace: o Conselho de Administração e desde o ano passado o CEO designado pela diretoria. Após o fracasso, eles dão as caras, assumem a responsabilidade, pedem desculpas, admitem um equívoco aqui e ali, uns conceitos bonitos jogados ao vento e tudo bem. De quebra, deixam que o Superintendente Executivo de Futebol assuma o papel de vilão. Espera-se que Juliano Camargo quebre tal tradição.

Vencer jogos, conquistar classificações heróicas, ovacionar os ídolos do gramado ou do banco de reservas é bom, auspicioso, mas insuficiente. O que o torcedor bugrino deseja em igual medida é que o ano de 2024 seja marcado por um diálogo constante, transparente e sincero do Conselho de Administração com quem senta na arquibancada. O bugrino quer sonhar com dias melhores em cima de fatos concretos e de medidas que levem o Guarani ao patamar que ele merece. Sem desculpas. 

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