Na sexta-feira acompanhei com atenção a vitória da Chapecoense sobre o Criciúma na casa do adversário. Placar de 2 a 1. Equipe limitadíssima. Dependente ao extremo do armador Bruno Nazário. Pode ser que o transcorrer das rodadas demonstre um comportamento diferente da equipe treinada por Claudinei Oliveira. Só que algo chamou minha atenção. Era um time vivo. Vibrante. Que disputavam cada palmo de chão. Não desistia de nenhuma jogada. Que vibrou com os dois gols. Uma equipe dentro da zona do rebaixamento mas que parecia ambicionar a zona de classificação.
Faça um corte no tempo. Veja os fatos do domingo, dia 15 de outubro. O Atlético-GO, em ritmo moderado e sem força, ganhou da Ponte Preta. Placar de 2 a 0. Por aquilo que ocorria no campeonato, um resultado mais do que normal. O Dragão é o líder do returno com 29 pontos. Era o favorito. Prevaleceu a lógica.
No caso da Ponte Preta, precisamos fazer uma distinção entre desempenho e comportamento. O primeiro é consequência daquilo que é treinado durante a semana, da estratégia definida pela comissão técnica. Em termos de conteúdo, a Ponte Preta atuou na trilha daquilo que apresentou com Felipe Moreira e Pintado. Dramático e inadmissível é verificar como a partida foi encarada pelos jogadores. Enquanto João Brigatti agitava os braços, andava por todo o espaço da área reservada e tentava arrumar e deixar a equipe minimamente competitiva, os jogadores tinham uma única reação: nenhuma. Sem personalidade, vibração, interesse, fibra, coragem ou postura pró-ativa. Em resumo: um time em estado terminal.
Peço desculpa ao leitor ao utilizar esta analogia. Sei que é forte. O que se viu no domingo, no estádio Moisés Lucarelli, foi a preparação de um velório a céu aberto. A possível morte de qualquer resquício de futebol. O provável falecimento da esperança. O desaparecimento da postura e vontade e da gana de querer algo a mais. Tudo isso acompanhado de uma Diretoria Executiva que parece sem forças. Sim, é preciso cobrar o presidente Marco Antonio Eberlin. Ele dispensou a figura do Executivo de Futebol. Assumiu para si a tarefa de montagem do time e de toda a estrutura do Departamento de Futebol. Se tomou a responsabilidade para si, uma parte do fracasso tem que ser depositado sobre ele.
Situação financeira difícil gerada por outras gestões? Pode até ser verdade. Os fatos podem até lhe dar razão. Só que quando assumiu a Ponte Preta, independente do quadro financeiro, Eberlin e toda a nação pontepretana sabiam que a missão primordial era fazer com que a paciente Associação Atlética Ponte Preta continuasse viva. Com comorbidades (dívidas). Com doenças crônicas (bloqueio de contas e transferban). Mas viva. Dentro do possível. O que seria deixá-la viva? Série A-1 do Campeonato Paulista, Série B e Copa do Brasil. Depois, existiria a busca de quem deixou a paciente naquela situação.
A Macaca está na maca. Prestes a entrar na UTI chamada Série C. A Ponte Preta precisa ressuscitar. Para o bem da nação. Mas quem fará o tratamento redentor? Essa é a resposta que ninguém consegue encontrar. Uma pena.