A tradição do samba pulsa firme na Vila Costa e Silva, em Campinas. Toda segunda-feira, a partir das 19h30, a Escola de Samba Estrela D’Alva abre as portas de sua quadra, na Rua dos Imarés, 410, para receber os novos ritmistas de sua escolinha de bateria. Mais do que um ensaio, o encontro é um gesto de resistência cultural e formação cidadã promovido pela escola mais antiga da cidade.
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Fundada em 30 de junho de 1950, no bairro Taquaral, por Liberato de Moraes (o Beiçola) e Marcílio Ipê, a Estrela D’Alva se consolidou como referência no carnaval campineiro, com 13 títulos conquistados. Desde os anos 1970, firmou raízes na Vila Costa e Silva, onde hoje promove ações que vão além do desfile: investe na formação musical e no fortalecimento da identidade comunitária.
Segundo o presidente da agremiação, Michel Henrique de Moraes Furtado — neto de Beiçola e também diretor de bateria —, a escolinha representa a essência do que é ser escola de samba: ensinar, acolher e renovar. “A ideia de criar a escolinha de bateria vem ao encontro do que é ser escola. Escola de samba é ensinamento e aprendizado. Temos uma geração ambiciosa por isso”, afirma.
A cada segunda-feira, a sede da escola é tomada por olhares atentos e mãos ansiosas por dominar os instrumentos. “É gratificante ver a sede de aprender e o brilho no olhar de quem chega. A paixão pela Estrela D’Alva é visível”, diz Michel.
O projeto é inclusivo: não há exigência de instrumento próprio, pois a escola fornece estrutura para todos os alunos. A maioria é formada por moradores da própria Vila Costa e Silva e bairros do entorno, mas há participantes de várias regiões da cidade. Crianças, adolescentes, adultos e idosos compartilham o mesmo espaço e o mesmo amor pelo samba. Tamborins, caixas, surdos, repiniques e chocalhos estão entre os preferidos.
“O samba é isso: união, amor, respeito e responsabilidade. Ele agoniza, mas nunca morre”, resume Michel, em tom emocionado.
Mesmo com o possível retorno dos desfiles em 2024 — ainda sem confirmação oficial —, Michel prefere manter os pés no chão. “Tenho esperança, mas como dirigente, não crio expectativa. Prefiro acreditar vendo. De qualquer forma, seguiremos com nosso trabalho de base. Se houver Carnaval, estaremos prontos para emocionar Campinas.”
Serviço:
Escolinha de Bateria da Estrela D’Alva
📍 Rua dos Imarés, 410 – Vila Costa e Silva
🗓 Todas as segundas-feiras
⏰ A partir das 19h30
🎓 Gratuita e aberta a todas as idades
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