Governo pretende proibir anúncio do Google contra PL das Fake News

Google | Foto: reprodução
A gigante de tecnologia Google, que decidiu excluir contas de e-mails inativas a partir de dezembro | Foto: reprodução

Nesta segunda-feira (1º), quem acessasse a plataforma de busca veria destacado link com a seguinte mensagem: “O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil”. Mais cedo, repercutiu nas redes sociais um print com outro link, ainda mais direto, que afirmava que o projeto de lei poderia “piorar a sua internet”.

Para Wadih Damous, a prática burla os termos de uso da própria empresa. “Eles não podem emitir opinião sobre projeto de lei, sobre voto. Não podem. Estão abusando do poder econômico”, declarou.

O secretário afirmou ser favorável à regulamentação das redes e criticou a atuação das big techs. “É uma lacuna no Marco Civil da Internet. Elas não podem continuar com essa semi-responsabilidade. Elas ganham dinheiro com isso com essa publicidade”, avalia.

O Painel apurou que a medida deve ser publicada até o final da manhã desta terça e deve alcançar também a Meta e o Twitter.

O PL das Fake News tem previsão de votação nesta terça, mas de acordo com fontes do governo, pode acabar sendo adiada devido a falta de acordo. O relator do texto, deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), afirmou que os líderes devem voltar a se reunir antes da votação para avaliar a repercussão do relatório e definir se irá a plenário.

O Google lançou uma ofensiva contra o PL 2630, o projeto de lei que regula a internet, mostram emails, prints e relatos obtidos pela Folha, além de um levantamento do NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Newsletter Painel Receba no seu email as informações exclusivas da coluna Painel *** Segundo o site de dados Statista, 97% dos brasileiros usam o Google para buscas na internet. De acordo com levantamento do NetLab, a plataforma também está privilegiando links de conteúdo de oposição ao PL nos resultados das buscas sobre o projeto de lei, além de anúncios do próprio Google criticando a nova legislação.

Em nota, o Google diz que as “alegações não correspondem à realidade”. “Como fica comprovado pelo fato de os links para o Blog do Google, por exemplo, também estarem bem posicionados em ferramentas de pesquisa de concorrentes. Não alteramos manualmente as listas de resultados para determinar a posição de uma página específica. Nossos sistemas de ranqueamento se aplicam de forma consistente para todas as páginas da web, incluindo aquelas administradas pelo Google.”

JULIANA BRAGA / Folhapress

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