Vivemos um período de descrédito das pessoas para com as Instituições Públicas por vários motivos. Essa circunstância, na área de Segurança Pública, resulta, principalmente, da sensação de impunidade que habita em nossa sociedade, ou seja, mesmo que conhecido o autor, este não será punido pelo crime cometido ou o será muito tardiamente. Também se tem a impressão de que os crimes, mormente contra o patrimônio, não serão investigados e, por isso, seria perda de tempo registrar o Boletim de Ocorrência, levando-se em consideração, muitas vezes, o tempo de espera na Delegacia de Polícia. E aqui vale lembrar que, em alguns casos, o Boletim de Ocorrência pode ser feito via internet.
De toda forma, penso que, ao alimentarmos o descrédito, favoreceremos ainda mais a impunidade e a insegurança, o que certamente terá um efeito terrível no que tange às questões ligadas à Segurança Pública. Órgãos de Segurança Pública enfraquecidos, marginais fortalecidos.
A moderna gestão de Segurança Pública é baseada em inteligência (informações e dados) advinda de um Sistema de Geoprocessamento da Polícia Militar (190-Emergência) que alimenta uma série de indicadores (de ocorrências e de posição das viaturas) que permitem verificar, on line e em tempo real, tudo o que acontece em termos de policiamento ostensivo. Em resumo: na tela do computador, em tempo real, o Oficial da PM (gestor) vê o local de incidência criminal e a localização das viaturas, posicionando-as de acordo com as demandas apresentadas pelo Sistema, no sentido de evitar novos delitos (prevenção) ou promover rápida resposta àqueles havidos (repressão imediata).
Além disso, o Gestor de Segurança Pública também se dedica a prevenir os crimes futuros, e o faz analisando minuciosamente todos os dados (extraídos dos registros dos Boletins) das ocorrências havidas (e registradas), com o objetivo de posicionar suas patrulhas nos locais e horários de incidência criminal. Toda informação inserida no Boletim de Ocorrência é compilada num amplo estudo estatístico capaz de apontar, por exemplo, o local, o horário e o modo de atuação dos marginais.
Toda essa gestão tecnológica de conhecimento logístico/estatístico denomina-se Plano de Policiamento Inteligente (PPI) da Polícia Militar que, com base nas informações e dados extraídos do 190-Emergência e dos registros de Boletins de Ocorrência (na Polícia Civil), é capaz de direcionar o local, o horário, o modo de atuação dos marginais e, nos casos de crimes contra o patrimônio, os bens que a eles mais interessa (por exemplo: aparelho celular, modelo de veículo, dentre outros).
Oportuno ressaltar que, sem adentrar aos nomes e siglas de cada base de dados em ambas as Polícias, há perfeito compartilhamento e sincronismo desses dados por meio de uma ferramenta chamada INFOCRIM (Sistema de Informações Criminais), que permite a produção de relatórios estatísticos essenciais à gestão inteligente de Segurança Pública.
Nesse contexto, reforçamos a importância em fornecer aos Órgãos de Segurança Pública, o mais breve possível, o maior número de informações e dados relativos ao fato ou ocorrência policial, ligando para o 190-Emergência e, em seguida, registrando o Boletim de Ocorrência.
Logo, a participação do cidadão nas discussões dos problemas e soluções junto aos Órgãos de Segurança Pública é fundamental para a boa gestão de policiamento preventivo, notadamente em razão de que todos nós buscamos uma convivência social harmônica e fraterna.