Agora vai? Conheça a nova empresa responsável pelas obras da avenida Nove de Julho

Era-Técnica Engenharia Construções e Serviços Ltda conta com mais de 650 processos

Avenida Nove de Julho em setembro de 2023, durante obras de restauro | Foto: Guilherme Sircili

Nesta terça-feira (26), a Prefeitura de Ribeirão Preto homologou a licitação para executar o remanescente da obra de revitalização e implantação do corredor de ônibus na Avenida Nove de Julho.

A disputa ocorreu na modalidade de Concorrência Pública e a empresa vencedora foi a Era-Técnica Engenharia Construções e Serviços Ltda., com proposta no valor global de R$ 32.411.776,19.

Informações apuradas pelo jornalismo do Grupo Thathi indicam que a empresa vencedora é de São Paulo-SP e possui mais de 650 processos no site JusBrasil.

Foto: Reprodução

A empresa também foi citada ou investigada em algumas CPIs importantes na capital paulista.

Em 2010, a Era-Técnica foi investigada na CPI das Enchentes, presidida pelo então vereador Adilson Amadeu.

A CPI foi formada após várias denúncias de serviços mal feitos no reparo de bocas de lobo e na construção de piscinões que causaram mais problemas do que soluções para as enchentes em alguns bairros de São Paulo.

Tal CPI investigou também uma possível antecipação do resultado do pregão eletrônico que contratou a era técnica junto com outras empresas.

Em 2020, a Era-Técnica foi ouvida em depoimentos na CPI das Concessionárias, na Câmara de Vereadores da capital.

Junto com outras quatro empresas contratadas pela prefeitura, a Era-Técnica teve de responder sobre o cálculo nos valores dos serviços de tapa-buracos e pavimentação, assim como sobre a logística para fiscalização das obras que apresentavam problemas.

O presidente dessa CPI, o então vereador Xexéu Tripoli apontou a falta de planejamento para uma tecnologia única na execução dos serviços.

Em 2021, durante a fase mais grave da pandemia de covid-19, a era técnica teve de prestar esclarecimentos em uma cpi que apontava superfaturamento na contratação de vans para o transporte de corpos de vítimas da doença.

Na ocasião, a Era-Engenharia firmou o acordo com 50 donos de vans e ajudantes ao custo de R$ 600 mil em um mês. Segundo a própria prefeitura de São Paulo, a empresa ganharia muito mais, já que seriam pagos R$ 1,75 milhão à empresa por 30 dias de serviço. Os contratos foram em regime emergencial, sem licitação.

A Era-Engenharia ganhou outros dois contratos com o serviço funerário da capital. Mais de R$200 mil para a instalação de oito torres de iluminação nos cemitérios para enterros noturnos.

O outro contrato foi de pouco mais de R$ 1 milhão para a locação de 6 escavadeiras usadas para a abertura de covas, com validade de seis meses.

O tribunal de contas do município de são paulo determinou a abertura de uma auditoria para verificar suspeitas de irregularidades nos contratos.

O jornalismo do Grupo Thathi tentou contato com a Era-Técnica, não sendo possível até o momento. O texto será atualizado caso a empresa se manifeste.

Atraso e desistência

As obras de revitalização e restauração da avenida Nove de Julho começaram no dia 21 de julho de 2023, mas foram suspensas no mês de dezembro, depois que o governo municipal rompeu o contrato com a empresa Metropolitana.

Responsável pela obra, a construtora não cumpriu o que foi estipulado em contrato e entregou apenas 8% da obra, quando o previsto para o período era de 40%.

A empresa segunda colocada no certame, RUAL Construções e Comércio S.A., foi convocada oficialmente pela administração, mas desistiu de assumir as obras, sem justificar o motivo.