O levantamento mensal do custo da Cesta Básica feito pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) mostrou que, em setembro de 2023, o valor médio pago na cidade pelo kit de alimentos essenciais foi de R$ 590,32. O montante representa uma queda de 3,38% em relação ao mês anterior e, de maio até agora, uma inflação de –8,41%.
Os principais fatores que influenciaram na queda do preço da cesta foram a redução da cotação de grãos devido às safras recordes registradas e também do custo de insumos utilizados na pecuária, influenciando o preço final de carne e laticínios.
Dos 13 itens avaliados pelos pesquisadores do Instituto de Economia Maurílio Biagi do Departamento de Relações Institucionais da Acirp, dez tiveram redução de preço desde agosto. Os produtos com redução mais significativa este mês foram a batata inglesa (-20,06%) e o feijão carioca (-9,96%).
De acordo com Lucas Ribeiro, analista do Instituto, a queda nas cotações da batata e do feijão está ligada a um cenário típico para o período e que marca o início e intensificação das colheitas da estação que se encerra, especialmente para o grão. “A safra de Inverno, como é conhecida, corresponde, segundo a Embrapa, a 20% da produção nacional de feijão e, geralmente, é a mais produtiva, devido aos altos investimentos em insumos e tecnologia”, aponta Ribeiro.
Além disso, o aumento da oferta foi estimulado pela valorização do real perante o dólar, que afetou o preço das matérias-primas importadas. “Com isso houve um aumento na produção interna, mantendo o preço baixo nas prateleiras. Os países asiáticos, principais compradores de feijão, por questões culturais acabam preferindo o feijão-fradinho, o que também impacta no volume de exportação do feijão carioca”
A pesquisa foi feita nos dias 14 e 15 de setembro de 2023 em onze supermercados/ hipermercados e quatro panificadoras distribuídas entre as regiões Norte, Leste, Oeste, Sul e Central de Ribeirão Preto. Foram coletados os preços dos produtos que compõem a cesta de consumo segundo as provisões mínimas estipuladas pelo Decreto Lei nº 399/38.
Índice por região
A investigação do consumo por região em Ribeirão apontou que, mesmo com uma queda de 6% em relação a agosto, a zona Sul ainda segue com a cesta básica mais cara do município (R$622,32).
Os melhores preços foram encontrados nas regiões Norte e Oeste, que registraram valores de R$530,18 e R$579,85, respectivamente, sendo que a primeira apresentou redução de -12,79% no custo em relação ao mês anterior e a segunda, ligeira elevação de 1,18%.
Na Zona Leste, a Cesta Básica custou R$ 614,91, indicando uma alta de 7,60%. Já a Central, caiu para R$ 591,96 (-8,81% em 30 dias).
O grupo alimentar que mais pesa sobre as despesas do ribeirão-pretano, com 36,29% do valor total da cesta, é a carne. Frutas e legumes absorvem 27,34% do orçamento, seguidos dos farináceos (21,98%), laticínios (6,90%), leguminosas (4,07%), cereais (2,64%) e óleos (0,79%).
Dados do estudo
A cesta considerada pela Acirp inclui carne alcatra (6 kg), leite longa vida (7,5 litros), feijão carioca (4,5 kg), arroz branco tipo 1 (3 kg), farinha de trigo (1,5 kg), batata inglesa (6 kg), tomate italiano (9 kg), pão francês (6 kg), café em pó (0,6 kg), banana nanica (90 unidades), óleo de soja (0,8 litro), açúcar cristal (3 kg) e margarina (0,75 kg).
Os locais de compra são determinados com base na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017-2018. O pão francês é o único item cotado também em padarias, uma vez que 60% dos ribeirão-pretanos preferem comprar este produto nestes estabelecimentos.
Quem ganha salário mínimo em Ribeirão gastou 48,36% da renda com despesa alimentar básica em setembro; ou 106,4 horas das 220 horas padrão da carga laboral do mês (3,7 horas a menos que em agosto), segundo IEMB-Acirp.