Após mais uma derrota da Série B, desta vez para o Mirassol no fim de semana, o técnico Chamusca, na entrevista pós-jogo fez um desabafo: ”Essa expectativa ( de acesso) que foi criada, nunca existiu. Nossa realidade é brigar entre os 10 primeiros. O Botafogo nunca teve investimento pra brigar entre os quatro primeiros . Se foi criada alguma expectativa, não foi por mim” disse o treinador, esquecendo-se dos cerca de R$ 4 milhões arrecadados no meio da competição, provenientes da participação na Copa do Brasil, que rendeu um dinheiro inesperado e capaz de reforçar o elenco, para brigar pelo G4, onde clubes de menor expressão estão com o objetivo de subir.
Vide o Novorizontino e até mesmo o Mirassol, clubes paulistas, que não arrecadam como o Botafogo . O treinador foi além e bancou sua permanência na Série b, mas após 9 jogos sem vencer, não se sabe quem deu esse aval ou garantia. Ainda mais se tratando de uma gestão que já trocou de treinador 14 vezes, desde início da gestão Adalberto Batista.
Veja o histórico de troca de treinadores
Entre técnicos contratados e dois interinos, o Botafogo tornou-se um dos clubes que mais trocam de treinador nos últimos anos. A estatística, baseada desde quando a Botafogo SA começou a gerir o clube, inclui 14 nomes de 2019 até 2023.
A máquina de moer técnicos teve início com a saída de Léo Condé, que havia entrado em outubro de 2017 e saiu em fevereiro de 2019, já sob o comando da SA. O treinador comandou o time no acesso da Série C para Série B.
O segundo nome sob o comando da nova direção foi de Roberto Cavalo, que entrou em fevereiro de 2019 e saiu em agosto de 2019, surpreendendo os torcedores , pois o time fazia boa campanha na segunda divisão do Brasileiro.
O segundo nome sob o comando da SA foi o de Roberto Cavalo, que entrou em fevereiro de 2019 e saiu em agosto.
Em seu lugar, após a demissão, Hemerson Maria, entrou em agosto 2019 e saiu em novembro do mesmo ano. O próximo da lista foi Wagner Lopes, que entrou em novembro e foi demitido em fevereiro de 2020.
Após campanhas ruins no Paulistão, que quase culminaram em rebaixamentos, as trocas continuaram. Claudinei Oliveira chegou em fevereiro de 2020 e ficou até novembro.
Moacir Jr assumiu em seu lugar em novembro de 2020 e saiu em janeiro de 2021.
Alexandre Gallo assumiu em 29 de janeiro e foi desligado em 1 de abril. O polêmico Argel Fuchs entrou no seu lugar em 2 de abril e caiu em 17 de setembro, após eliminação na Série C.
Samuel Dias, que comandava base, foi o escolhido para ocupar a vaga, interinamente, comandando o time na Copa Paulista e até que em novembro de 2021, o Tricolor fechou com Leandro Zago , que ficou só até 23 de maio de 2022, quando deu lugar para Paulo Baier.
O técnico ficou até 21 de fevereiro deste ano, saindo sem motivos claros ou expostos ao torcedor. José Leão ocupou a vaga interinamente até a chegada de Adilson Batista. Neste mês, ele foi demitido e o clube trouxe Marcelo Chamusca. Até quando ficará, só os resultados dirão.
Uma derrota para o Atlético-GO poderá por Chamusca nas estatísticas.
Em 60 meses na direção do futebol, a SA acumulou um rebaixamento da Série B para Série C, e conduziu o clube de volta.
No Paulista, manteve na Série A1, apesar dos riscos de queda e a não classificação para fases seguintes em alguns anos. A missão agora é de Chamusca. Basta saber quando será queimado na fogueira do Botafogo SA.
O Botafogo não vence há nove partidas e só marcou dois gols nesse período. O que não é uma boa referência para tal afirmação do atual treinador. O clube ocupa a 12ª posição com 35 pontos, e está mais perto da zona de rebaixamento do que do G4, onde esteve no início do campeonato. O primeiro do Z4 (Chapecoense) tem 27 pontos, ou seja, oito a frente do Tricolor. O primeiro do G4 (Novorizontino) tem 45, ou seja 10 a mais que o Botafogo. Culpa de Chamusca? Certamente não é exclusiva dele. Sua permanência até a 38ª rodada , só o tempo dirá.
No sábado o time recebe o Atlético-GO, no Santa Cruz em busca da vitória e de acalmar a crise instalada, e convencer o torcedor de que o futebol é prioridade dessa gestão.
**Texto de Igor Ramos