Fogo no estado de SP consumiu até agosto área equivalente a três vezes a capital paulista

A região de Ribeirão Preto, no norte do estado, teve a maior concentração de registros de queimada no período

Imagem aérea de Ribeirão Preto durante incêndio, no final de agosto | Foto: Rede social

Incêndios florestais de janeiro a agosto deste ano no estado de São Paulo consumiram 4.300 mil quilômetros quadrados (ou 430 mil hectares), o equivalente a quase três vezes a área da cidade de São Paulo, segundo dados processados pelo Monitor do Fogo, plataforma do MapBiomas.

A região de Ribeirão Preto, no norte do estado, teve a maior concentração de registros de queimada no período.

O município teve 149,2 km² atingidos pelo fogo, o equivalente a um quinto de seu território, e está no topo do ranking da plataforma. Em seguida estão Sertãozinho (138,4 km²), Pitangueiras (129,4 km²), Altinópolis (127 km²) e Cajuru (121,2 km²) —todas próximas a Ribeirão Preto. Apenas 59 dos 645 municípios paulistas não tiveram área queimada registrada pelo MapBiomas até agosto.

A ferramenta faz o mapeamento mensal de cicatrizes de fogo em todo o país desde 2019, usando mosaicos de imagens de satélite com resolução espacial de 10 metros. Nos registros mensais dentro do mesmo ano só são contadas as novas áreas identificadas —ou seja, mesmo se um local sofreu incêndios duas vezes durante o período, ele só é contabilizado uma vez.

Os registros apontam um salto de 1.163% de área queimada no acumulado de janeiro a agosto deste ano comparado ao mesmo período do ano passado, que reteve 34 mil hectares mapeados.

Mesmo a soma dos registros de anos cheios de 2019 a 2023 chega a 274,5 mil hectares, pouco mais da metade dos 430,4 mil hectares mapeados até agosto deste ano. A plataforma também aponta que o solo queimado com uso agropecuário chegou a 386 mil hectares, aproximadamente 90% do total.

O restante se divide em floresta (30,7 mil hectares), formação natural não florestal (12,8 mil hectares) e área não vegatada (856 hectares). O detalhamento também mostra que 252,7 mil dos hectares queimados eram áreas de cultivo de cana.

Já em relação a focos de incêndio, os registros de setembro, que eram 2.463 até o último domingo (29), devem terminar abaixo da marca de agosto, com 3.612 focos, segundo o BDQueimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que monitora os pontos de fogo ativo.

LUCAS LACERDA / Folhapress

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