Inflação sobe em Ribeirão Preto e ultrapassa 10% no Centro

Foto: Agência Brasil

O ano de 2024 começou com mais um aumento na cesta básica Ribeirão Preto. De acordo com levantamento mensal do Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB) da Associação Comercial e Industrial (Acirp), a cidade registrou a quarta alta consecutiva nos preços dos alimentos básicos.

A coleta de dados foi feita no dia 19 de janeiro. A equipe visitou 15 estabelecimentos das diversas regiões da cidade, sendo 11 supermercados/hipermercados e quatro panificadoras.

O valor médio do kit mínimo (definido pelo IBGE) ficou em R$ 675,74, um aumento de 3,89% em relação a dezembro de 2023. O maior reajuste foi na região Central, onde o valor médio foi de R$ 712,18, um crescimento de 10,71% no comparativo com o mês anterior. A cesta da zona Leste também ficou acima dos R$ 700,00 (R$ 707,52), com aumento de 5,35%.

Apesar de ter tido alta de 3,38%, o kit mais em conta foi o da região Norte, com custo médio de R$ 638,10. As menores altas ocorreram nas zonas Oeste (R$ 650,50) e Sul (R$ 686,57), com elevação de 1,29% e 1,98%.

Os analistas do IEMB-Acirp destacam que o Copom, o Comitê de Política Monetária, já prenunciava os aumentos dos alimentos devido ao fenômeno El Niño, cujos efeitos se tornam gradualmente mais intensos.
“Temperaturas mais altas e mudança no ritmo pluviométrico geram grandes efeitos, principalmente sobre produtos in natura, devido aos impactos nas colheitas”, afirma Lucas Ribeiro, da Acirp.

A pesquisa mostra que o item carnes corresponde a 36,57% do orçamento total, seguido por frutas e legumes (29,97%), farináceos (19,08%), laticínios (5,94%), leguminosas (5,2%), cereais (2,46%) e óleos (0,78%).

Entre os vilões da cesta de janeiro, destacam-se batata inglesa (+46,22%), feijão carioca (+23,24%) e café em pó (+11,05%), cuja elevação de preços é reflexo da queda na oferta.

O reajuste de 6,97% do salário-mínimo em dezembro ajudou a minimizar o impacto. Considerando o salário-mínimo líquido de R$1.305,82 (R$1.412,00 menos os 7,52% da contribuição obrigatória para a Previdência Social), um trabalhador comprometeria 51,75% de sua renda somente com os gastos alimentares.

“Foi uma queda de 1,53 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Assumindo uma carga horária mensal de 220 horas, esse indivíduo precisaria trabalhar 113,85 horas para adquirir a referida cesta, o que, com novo salário, significa 5 horas a menos que em dezembro”, completa Ribeiro.

Dados do estudo

Os 13 itens avaliados mensalmente pela Acirp são os mesmos considerados pela cesta descrita no decreto nº 399/1938, que define as quantidades alimentares mínimas necessárias para atender às necessidades nutricionais mensais de um indivíduo de idade adulta.

A cesta considerada inclui carne bovina (6 kg de alcatra), leite longa vida (7,5 litros), feijão carioca (4,5 kg), arroz branco tipo 1 (3 kg), farinha de trigo (1,5 kg), batata inglesa (6 kg), tomate italiano (9 kg), pão francês (6 kg), café em pó (0,6 kg), banana nanica (90 unidades), óleo de soja (0,8 litro), açúcar cristal (3 kg) e margarina (0,75 kg).

Os locais de compra são determinados com base na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017-2018. O pão francês é o único item cotado também em padarias, uma vez que 60% dos ribeirão-pretanos preferem comprar este produto nestes estabelecimentos.

IEMB

O Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB) é um órgão do Departamento de Relações Institucionais da Acirp, entidade que em 2024 completa 120 anos de atuação em Ribeirão Preto. O IEMB-Acirp foi criado em 1954 com objetivo de gerar dados socioeconômicos para orientação na gestão de empresas e da cidade.

A nova edição do Índice Mensal da Cesta Básica do IEMB-Acirp tem sido aferida desde maio de 2023.

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