O prédio do MARP corre risco de ser vendido?

Museu localizado na esquina das ruas Barão do Amazonas e Duque de Caxias é o responsável por boa parte do circuito cultural de Ribeirão Preto

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Uma petição chamada “Pela permanência definitiva do Museu de Arte em seu prédio de origem” acendeu discussões sobre a atual situação do MARP (Museu de Arte de Ribeirão Preto). No documento, divulgado pela internet, artistas e apreciadores do local afirmam que o imóvel do centro cultural foi colocado à venda e, por isso, precisam de assinaturas para tentar reverter a decisão. Questionada, a Secretaria Municipal de Cultura alegou que a informação não procede. Afinal, o que é verdade nessa história?

Procurada para esclarecer se o imóvel foi ou não colocado à venda, a empresa Vivo (antiga Telefônica), dona do casarão, se limitou a dizer que “está em contato com a Prefeitura de Ribeirão Preto para chegar ao melhor acordo para todos”.

Portanto, até o momento, se foi colocado à venda ou não, ainda é mistério. Os responsáveis pela petição dizem que sim, o poder municipal nega e o proprietário não entra em detalhes.

Para a artista Eny Aliperti, membro da AMARP (Associação dos Amigos do Marp), a dúvida sobre a venda só ressalta a importância de se discutir a autonomia do MARP, responsável por boa parte da cultura na cidade. “Há alguns anos, conseguimos fazer com que o casarão fosse tombado. Isso dificulta a venda, mas não impossibilita”, explica.

Independente da possibilidade de venda, para ela, a Prefeitura deve tomar providências para adquirir o prédio, seja por troca de área ou compra, e assegurar a permanência do museu no mesmo lugar de sempre, na esquina das ruas Duque de Caxias e Barão do Amazonas.

Atualmente, o prédio é utilizado pela Secretaria de Cultura a partir de um comodato acordado com a Vivo. Esse tipo de contrato consiste no empréstimo gratuito de bens que não podem ser substituídos por outros iguais. No entanto, segundo a secretária da pasta, Isabella Pessotti, o combinado venceu em 2013 e, desde então, não foi renovado.

Pessotti afirma que, neste momento, o governo também conversa com a Vivo para revalidar o comodato, por pelo menos mais 30 anos. “Além das negociações de nossa parte, a população precisa valorizar e enaltecer o museu para que a sociedade, como um todo, entenda o quão valioso ele é”.

O Grupo Thathi acompanha o caso e atualizará as informações, assim que disponíveis.

Reportagem: Murilo Badessa.