Pacientes do SUS sofrem para conseguir vaga em hospital de Ribeirão

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A espera por uma avaliação do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Ribeirão Preto causou transtorno à família de Andreia Biguza, de 39 anos. Portadora de esquizofrenia, ela teve que esperar oito dias na UBDS Central até conseguir encaminhamento ao hospital psiquiátrico Santa Tereza. Nesse período, Andreia permaneceu amarrada em uma sala de isolamento na unidade de saúde. A transferência só aconteceu na última terça-feira (23).

Inconformada com a situação, a irmã de Andreia, Cassilda Biguza, denunciou o caso ao Grupo Thathi de Comunicação. 

“É muito triste, tenho uma filha para cuidar, não sei se cuido dela ou da minha irmã, já estou com depressão, é lamentável, um descaso total. São muitos pacientes e familiares que passam diariamente por essa situação”, desabafou Cassilda. 

No período em que esteve na UBDS Central, Andreia sofreu diversas crises. Em uma delas chegou a fugir da unidade – em seguida foi encontrada caminhando pelas ruas e internada novamente. 

“Eles [responsáveis pela UBDS] não fazem questão que os pacientes com transtornos psiquiátricos permaneçam aqui, então quando alguém foge para eles é bom”, lamentou Cassilda. 

Outro lado

A Prefeitura informou que enquanto não é transferido, o paciente “recebe medicamentos e supervisão permanente dos profissionais, embora não seja aquele o local adequado para o tratamento que seu caso exija.” 

Segundo a Secretária da Saúde, na região de Ribeirão Preto há 75 leitos de internação psiquiátrica distribuídos em três unidades: HC-UE, Hospital Santa Tereza e CAIS de Santa Rita do Passa Quatro.

Reportagem Correa Júnior