Polícia prende dois suspeitos de desvio de cargas em Ribeirão Preto

Operação investiga empresa de transportes que simularia roubos para vender cargas de alto valor de forma clandestina

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Policiais conduzem preso na operação para interrogatório - foto: Reprodução

A Polícia Civil de Ribeirão Preto realizou nesta quinta-feira (13) uma operação conjunta com a polícia de Santa Catarina para prender dois homens suspeitos de desvio de cargas de alto valor. Segundo as investigações, eles possuem uma empresa de transportes que simulava roubos para revender a mercadoria de forma clandestina para receptadores.

A apuração começou depois que um caminhão dessa empresa foi até Brusque (SC) para levar materiais usados na montagem de painéis solares, uma carga avaliada em R$ 700 mil. O motorista alegou ter sido feito refém e registrou um boletim de ocorrência pelo roubo dos produtos.

“Com o registro do boletim de ocorrência, as investigações foram aprofundadas, conseguimos comprovar que de fato esse caminhão não foi para o destino, foi direto para o receptador em Goiás. Conseguimos identificar o responsável pela contratação do frete, ele utilizava dados de uma terceira pessoa, visando com isso ficar impune da responsabilidade penal” explica o delegado da Polícia Civil catarinense Osnei Valdir, responsável pela operação.

Os policiais do DEIC (Departamento de Investigações Criminais) chegaram até o proprietário e o motorista de uma empresa de cargas de Ribeirão Preto que conta com 10 caminhões em nome de terceiros na frota. A Polícia suspeita de que se trata de uma quadrilha especializada nesse tipo de crime e que vários milhões de reais já foram movimentados com a mesma prática e modus operandi.

“Essa modalidade criminosa é muito conhecida e tem uma incidência muito grande no país. O motorista alegou que foi abordado por pessoas armadas durante o trajeto e abandonaram ele no estado de São Paulo, mas essa versão apresentada foi confirmada através de investigações que é fraudulenta”, completou o delegado.

O motorista de 41 anos foi preso nos Campos Elíseos e o proprietário de 23 anos foi preso na Cidade Universitária. Os dois devem responder por furto qualificado, falsa comunicação de crime, falsa identidade e associação criminosa. A Polícia continua investigando outros roubos praticados pela quadrilha. Um terceiro envolvido não foi encontrado.