Em julgamento realizado nesta segunda-feira (10), o tribunal do júri determinou a pena de 32 anos ao ex-policial militar E. L., condenado por assassinar um morador de rua com quatro tiros na cabeça, na zona Norte de Ribeirão Preto. O crime aconteceu em outubro de 2022.
Diante da condenação, o homem, que estava na ativa quando o crime foi consumado, acabou perdendo o cargo público. O caso foi registrado como homicídio doloso consumado.
De acordo com os agentes da Delegacia de Investigações Sobre Homicídios da DEIC Ribeirão Preto, a vítima J.J.C., morador de rua oriundo de Joinvile-SC, 33 anos de idade, foi encontrado morto na manhã de 6 de outubro de 2022.
O cadáver foi localizado nas imediações da rua Dr. Eugênio Marzola, em um terreno descampado que serve de divisa entre os bairros Quintino Facci II, Parque dos Sabiás e Avelino Palma, nesta cidade.
A vítima apresentava ferimentos causados por disparos de arma de fogo, tendo sido alvejada quatro vezes na região da cabeça. Além das perfurações no crânio, a vítima ainda apresentava um quinto ferimento no braço direito, como característica lesão de defesa.
No curso da investigação preliminar, a polícia chegou a cogitar como motivação do crime um eventual envolvimento da vítima com o tráfico de drogas, tendo possível dívida.
No entanto, várias diligências afastaram a tese proposta inicialmente, particularmente em face de informações colhidas junto aos policiais civis da 2ª DISE-DEIC.
Atirador identificado
Na época, paralelo ao estudo criminal que tramitava junto à 3ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Homicídios da DEIC Ribeirão Preto, ocorria também uma investigação referente a policiais militares que trabalhavam como seguranças particulares e estariam cometendo vários homicídios nesta cidade.
Os envolvidos agiam visando ceifar a vida de pessoas mediante pagamento e para demonstração de força com o intuito de angariar novas contratações particulares e auferir proveitos financeiros.
Com o avanço da referida investigação, as autoridades competentes apreenderam um revólver Taurus, calibre 357, cadastrado em nome do Policial Militar da ativa, E.L.
A arma de fogo foi confrontada em competente perícia realizada pelo Instituto de Criminalística local, com um projétil de arma de fogo extraído do cadáver da vítima J.J.C. O exame pericial resultou positivo.
Com as evidências e elementos de informação robustos, respeitados todos os direitos constitucionais do Investigado, bem como as cautelas relacionadas ao sigilo das investigações, deu-se o formal indiciamento do aludido servidor público, o qual já se encontrava preso preventivamente no Presídio Romão Gomes aguardando a julgamento.
Ainda conforme relatado pelas autoridades policiais, o trabalho realizado possibilitou o esclarecimento de outros casos e, em um primeiro momento, resultou em clara e perceptível redução do número de homicídios em Ribeirão Preto.
Diante do ocorrido e respectivo julgamento, o ex-policial militar foi condenado a 32 anos de prisão.