O professor Octávio Marques Pontes Neto, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e colunista do Jornal da USP, é o novo editor chefe da plataforma de educação continuada da Academia Mundial de AVC (World Stroke Academy), vinculada a Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization).
Pontes Neto é graduando em Medicina pela Universidade Federal do Ceará, com residência médica no Hospital das Clínicas da FMRP onde também fez o doutorado e, atualmente, é professor titular no Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento. Foi presidente e atualmente é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e coordenador da Rede Nacional de Pesquisa em AVC, instituída pelo Ministério da Saúde.
Suas pesquisas envolvem doenças cerebrovasculares e emergências neurológicas, abordando temas como: AVC, terapia trombolítica, apnéia obstrutiva do sono, hemorragia cerebral, sistema de regulação médica de urgências, duplex transcraniano e vasorreatividade cerebral.
Animado com a indicação, Pontes Neto quer contribuir com a plataforma, principal atividade educacional da Organização Mundial de AVC, proporcionar uma direção estratégica para a Academia e manter sua excelência no desenvolvimento de materiais educacionais sobre AVC para profissionais de saúde em todo o mundo, além de colaborar com os Comitês e programas da Organização para criar conteúdo diversificado e revisado por pares que esteja alinhado com a visão de um mundo livre dos efeitos do AVC.
Ainda, segundo o professor, o foco será aumentar a acessibilidade à educação sobre AVC, especialmente em contextos de poucos recursos, e também apoiar redes de AVC para promover atividades educacionais em diversos níveis. “Estou ansioso para trabalhar com uma equipe dedicada, que valoriza novas ideias e opiniões diversas e, assim, causar um impacto significativo na redução da carga global do AVC. Estou comprometido em fazer uma diferença positiva no campo da educação sobre AVC.”
Segundo Pontes Neto, essa a nomeação também é uma importante conquista para a FMRP, que se dedica à conscientização e à prevenção sobre o AVC. “Esta nomeação aumenta a nossa visibilidade internacional e a credibilidade acadêmica da instituição e do Brasil, facilitando novas parcerias e colaborações”, conclui.
A plataforma
A Organização Mundial de AVC é uma associação médica mundial que trabalha para aumentar a conscientização sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento do AVC. O principal objetivo é proporcionar acesso aos cuidados do acidente vascular cerebral e promover a pesquisa e o ensino sobre a doença com o intuito de melhorar o atendimento às vítimas em todo mundo. Ao todo, a Organização possui cerca de 3,5 mil membros e mais de 100 sociedades associadas em todo o mundo, além de representar mais de 55 mil especialistas em AVC nos diferentes contextos clínicos de pesquisa e comunitárias.
Criada pela Organização Mundial de AVC, a Academia Mundial é uma plataforma de educação on-line que oferece recursos educacionais e de treinamento relacionados ao AVC. Seu objetivo é promover a conscientização e o conhecimento sobre AVCs e melhorar a prática clínica entre profissionais de saúde de todo o mundo. A academia disponibiliza materiais educacionais para profissionais de saúde em formatos de podcasts, webinars, módulos de e-learning e webcasts de conferências.
O professor da FMRP detalha que sua função na academia será gerenciar decisões editoriais, supervisionar publicações, planejar e liderar as direções estratégicas de como atuar na educação, disseminação e aprimoramento do conhecimento sobre AVC em todo o mundo. Além de fornecer suporte técnico e coordenação para os seminários ou palestras on-line da Organização, assim como para as atividades nas redes sociais.
AVC no mundo
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) , uma em cada quatro pessoas no mundo, com mais de 35 anos, sofrerá um AVC em algum momento da vida. Ainda segundo a OMS, o AVC é a segunda principal causa de morte no mundo, responsável por cerca de 11% dos óbitos, atrás apenas da doença cardíaca isquêmica com 16%. Em 2019, de acordo com o grupo Global Burden of Diseases (GBD), foram contabilizados 12,2 milhões de casos de AVC, com 6,55 milhões de mortes.
**Texto por Jornal da USP