Ribeirão recebe ações para conscientizar a população sobre os perigos da hipertensão arterial

Evento será nesta sexta-feira (26/4), das 8h às 12h, no Saguão da Rodoviária, promovido por Unidades da USP e parceiros, e marca o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial

Foto: FreePik

Na próxima sexta-feira, 26/4, professores e estudantes da USP em Ribeirão Preto estarão no Saguão do Terminal Rodoviário da cidade, Avenida Jerônimo Gonçalves, 640, para ações no Dia Nacional de Prevenção e Combate a Hipertensão Arterial

As atividades, das 8h às 12h, vão mostrar a importância da prevenção e cuidados com um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, a hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta. Serão abordados os principais fatores de risco das doenças cardiovasculares, com aferições gratuitas de pressão arterial, distribuição de folhetos educativos, levantamento da incidência de fatores de risco dos indivíduos entrevistados.

No mesmo dia, às 14h, haverá palestra gratuita e aberta à população sobre hipertensão arterialo que é, o que causa, qual a sua frequência na população, como é feito o seu diagnóstico, quais as suas complicações, tratamento, prevenção, além de esclarecimento de dúvidas, com o médico cardiologista e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, Evandro José Cesarino. Será no Anfiteatro V da FCFRP.

Prevalência da hipertensão arterial

Segundo os especialistas envolvidos nas atividades, globalmente, aproximadamente 1 bilhão de pessoas, cerca de 26 a 30% de todos os adultos, sofrem de hipertensão. Espera-se que este número aumente, embora a incidência varie amplamente de país para país. A hipertensão é frequentemente chamada de “a assassina silenciosa”, uma vez que nem sempre apresenta sintomas óbvios e, consequentemente, muitas vezes segue sem ser detectada.

Consequências

A significância clínica da hipertensão provém das lesões a órgãos-alvo causadas pela pressão arterial elevada, incluindo: hipertrofia ventricular esquerda, que pode progredir para insuficiência cardíaca; aterosclerose, que é acelerada pela hipertensão; retinopatia, que pode causar a piora progressiva da visão; e lesão renal, resultando em função renal diminuída e eventual insuficiência renal.

Como resultado desses efeitos, aumentos na pressão arterial estão estreitamente associados a aumentos no risco de morte proveniente destas lesões em órgãos-alvo. Para cada 20 mmHg de aumento na pressão arterial sistólica ou 10 mmHg na pressão arterial diastólica, a mortalidade por doença cardíaca isquêmica, insuficiência cardíaca e acidente vascular encefálico dobra. As lesões a órgãos-alvo se iniciam precocemente no curso da hipertensão. Os órgãos-alvo podem tolerar os danos por muito tempo antes dos sintomas aparecerem; por essa razão, a intervenção precoce é cada vez mais reconhecida como fator-chave na proteção de órgãos-alvo. Apesar de sua prevalência, menos de 50% dos pacientes com hipertensão recebem tratamento e aproximadamente 70% não estão nas metas recomendadas de pressão arterial.

Essas estatísticas demonstram claramente a necessidade por melhor controle da hipertensão. Como tão poucos pacientes alcançam suas metas de pressão arterial recomendadas, a maioria dos pacientes com hipertensão continua a estar sob risco aumentado de eventos cardiovasculares e morte. Embora o controle da pressão arterial constitua um fator muito importante na redução do risco cardiovascular, é cada vez mais reconhecido que os pacientes com hipertensão invariavelmente apresentam múltiplos fatores de risco cardiovasculares concomitantes; atacar esses outros fatores de risco é importante na redução do risco global de doença cardiovascular. Fatores de risco coexistentes frequentemente observados com a hipertensão arterial incluem diabetes mellitus, sedentarismo, estresse emocional, etilismo, dislipidemia, obesidade e tabagismo.

Tratamento

De acordo com diretrizes atuais das associações médicas, os objetivos do controle da hipertensão são reduzir a morbidade e mortalidade cardiovascular e renal. O tratamento anti-hipertensivo de longo prazo mostrou reduzir o risco de eventos cardiovasculares em 21-28%; de acidente vascular encefálico em 30-39% e de doença cardiovascular em 20-21% em comparação com o placebo. A meta recomendada para pressão arterial é pelo menos <140/90 mmHg ou idealmente <130/80 mmHg, principalmente para pacientes com diabetes ou doença renal crônica. A pressão arterial exibe uma variação circardiana tanto em pacientes normotensos (pressão  normal), quanto em hipertensos, com uma rápida elevação da pressão arterial durante o período inicial da manhã. Esta elevação no início da manhã está associada com um risco aumentado de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e morte associada a eventos cardiovasculares. Apesar do uso de agentes anti-hipertensivos atualmente disponíveis, a hipertensão permanece o principal fator de risco para morte em todo o mundo.

**Texto de Jornal da USP 

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