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Serviço envia email para alertar sobre mau hálito

A condição que provoca o mau cheiro na boca afeta cerca de 30% da população

Foto: Freepik

Em um vídeo nas redes sociais, uma mulher envia um email para o marido dizendo que ele tem mau hálito. O conteúdo então viralizou e trouxe atenção para um serviço antigo e de bastante funcionalidade para aqueles que querem alertar os colegas com halitose, o SOS Mau Hálito, da ABHA (Associação Brasileira de Halitose).

A condição que provoca o mau cheiro na boca afeta cerca de 30% da população. E, para evitar o constrangimento na hora de alertar quem tem mau hálito, a ABHA criou o SOS Mau Hálito. Quando surgiu, o serviço era enviado por cartas. Após os anos, ganhou a versão por email.

Para cadastrar um nome a receber o alerta é fácil. É necessário acessar o site da associação (abha.org.br/sos-mau-halito) e informar o nome e email da pessoa que pode estar sofrendo com o problema. A partir disso, a pessoa receberá o comunicado, sem saber quem enviou, cerca de 10 dias depois.

Quem tem halitose dificilmente saberá que está com o problema, diz Karyne Magalhães, cirurgiã-dentista e presidente da ABHA. “As células olfativas da pessoa se acostumam com o cheiro”, explica.

Em mais de 90% dos casos, segundo a especialista, o que acontece é um desequilíbrio na quantidade de bactérias e na oferta de nutrientes para elas dentro da boca, o que provoca a produção de um biofilme sobre a língua —também conhecido como saburra.

Outros fatores como placa bacteriana, dentes doloridos e problemas na gengiva, como a gengivite e a periodontite, também podem colaborar para quadros de halitose, que é o mau hálito crônico.

A redução de fluxo salivar, saliva grossa e fio dental com cheiro ruim após a utilização também podem ser sinais de alerta para um hálito alterado, de acordo com a especialista. O uso de cigarros e vapes também podem interferir no cheiro da boca do paciente.

“É comum ter o hálito alterado vez ou outra. No entanto, quando a halitose é crônica, o mau hálito é como o odor de qualquer perfume. Pessoas que não são daquele ambiente normalmente sentem”, completa Magalhães.

Por isso, uma das formas incentivadas pela ABHA para descobrir se há ou não a existência do mau hálito é perguntando para pessoas do convívio se elas sentem o hálito alterado constantemente.

“Perguntar é a melhor forma. Só que todo mundo se sente constrangido”, diz Magalhães, que afirma, inclusive, que são comuns casos de pacientes que sentem vergonha em alertar até mesmo familiares, como cônjuges e filhos.

Até mesmo em consulta com profissionais, não é difícil encontrar pacientes tímidas e relutantes para comentar o assunto com o cirurgiã-dentista. “Geralmente esperam que a gente sinta e comente”, completa.

Para a prevenção da halitose, a especialista indica uma limpeza caprichada da língua, de duas a três vezes ao dia, mas de forma delicada e que chegue até o fundo. Além da escova tradicional, é indicado ainda o uso de limpadores linguais, de preferência, os de plástico.

Soluções caseiras como mascar cravo, chiclete, chá de orégano e até mesmo soluções sanitárias, são contraindicadas pelos profissionais porque podem irritar a mucosa da boca e aumentar a produção de saliva, fornecendo mais alimento para as bactérias responsáveis pelo mau cheiro.

Raspagens com colher, colocar a cabeça em baixo da coberta para cheirar, conchinha com as mãos, lamber o antebraço e esperar secar também não são alternativas válidas para checar o problema. “Sempre na nossa boca vai ter matéria orgânica e bactérias. Então quando a parte líquida da saliva evapora, fica a parte sólida junta aos micro-organismos e isso sempre vai ter mau odor”, explica Magalhães.

No consultório, para que o paciente seja diagnosticado com halitose, o cirurgião-dentista, que consegue reconhecer desde as doenças da gengiva a odores dos alimentos e biofilme lingual, costuma fazer uma avaliação olfativa.

Um outro exame comum para o diagnóstico do mau hálito é o teste de cisteína, feito com o bochecho de um aminoácido seguido pela medição por um equipamento para verificar a capacidade máxima da pessoa ter halitose.

Com sprays, enxaguantes e até produtos cosméticos que prometem mascaram o mau hálito, a halitose acaba se caracterizando como uma doença comercial.

Como falar que alguém tem mau hálito?

De acordo com a presidente da ABHA, o indicado é que sejam evitadas expressões negativas como “mau hálito” e “bafo”, mas que sejam priorizadas frases como “hálito alterado”. É importante também deixar para comunicar quando estiver a sós com a pessoa que pode ter o problema. “É interessante manter a delicadeza e se colocar no lugar da outra pessoa”, afirma.

Se não for possível falar pessoalmente, o recomendado pela associação é recorrer ao envio do email de SOS Mau Hálito. Segundo Magalhães, a plataforma funciona de forma automatizada, então não é possível saber quem enviou e quem receberá o comunicado.

Após a publicação do vídeo que viralizou nas últimas semanas, a associação tem contabilizado cerca de 600 emails diários. “Mas sabemos que isso não condiz com a realidade e que muita gente usa a plataforma para tentar atazanar a vida de outra pessoa”, completa Magalhães.

O serviço tem mais de 10 anos e, apesar de bastante utilizado, não há planejamento para expansão para outras plataformas como WhatsApp.

Redação / Folhapress

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