Se você acompanha discussões sobre comportamento humano, é provável que já tenha ouvido a famosa frase: “Você é a média das cinco pessoas com quem mais convive.” A ideia sugere que as pessoas ao seu redor têm grande influência sobre quem você é. Mas será que é tão simples assim?
Essa frase foi popularizada pelo empresário americano Jim Rohn (1930-2009) e, desde então, foi adotada — muitas vezes fora de contexto — no mundo do marketing e do desenvolvimento pessoal. A verdade é que essas declarações simplistas podem levar a uma visão rígida e até prejudicial sobre as relações que construímos.
É natural que o ser humano busque relacionamentos com quem compartilha interesses e valores semelhantes, facilitando as conexões. No entanto, essa tendência de “bolha” pode limitar nosso aprendizado e nos afastar de ideias e perspectivas novas. Quando nos cercamos apenas de quem pensa como nós, deixamos de lado a possibilidade de crescimento proporcionado pelo contato com pessoas diferentes — e, às vezes, com opiniões opostas.
O ideal seria procurar pessoas que nos complementem em áreas que consideramos importantes para a vida pessoal e profissional? A resposta mais sensata é: depende. Os relacionamentos são complexos demais para serem tratados de forma mecânica. Não é realista escolher cinco pessoas de “sucesso” e acreditar que a simples convivência com elas nos transformará numa versão idealizada de nós mesmos.
Quando essa frase realmente faz sentido?
Um momento interessante para avaliar a influência das suas companhias é olhar para os últimos cinco anos: suas metas foram alcançadas? Como as pessoas ao seu redor impactaram seus resultados? Talvez seja aí que a influência delas se torne mais clara. Pessoas podem agregar valor tanto ao concordarem quanto ao questionarem nossas ideias, oferecendo contrapontos que nos levam a refletir. Afinal, como dizem, toda mesa tem quatro lados.
As influências ao seu redor certamente têm impacto, mas isso sempre passa pelos filtros da sua conduta, ética e personalidade. Filtrar relacionamentos não saudáveis e cercar-se de pessoas que compartilham sabedoria, conhecimento e empatia é um caminho sólido e seguro para crescer. Mais do que “ser a média das cinco pessoas”, você é a soma das experiências que escolhe viver e das pessoas que escolhe ouvir e valorizar.