SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A exemplo do que ocorreu nessa quarta-feira (10), o dólar abriu próximo da estabilidade nesta quinta-feira (11), com uma variação para baixo de 0,01%, cotado a R$ 5,4124, às 9h09.
O mercado aguarda a divulgação de dados de inflação ao consumidor dos Estados Unidos em busca de sinais sobre o futuro da política monetária do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA).
Na quarta-feira, a moeda norte-americana fechou estável a R$ 5,413, após ter chegado a cair para R$ 5,37 durante a sessão.
Na Bolsa, houve um movimento parecido: o Ibovespa iniciou a sessão em alta, mas desacelerou e passou a oscilar próximo da estabilidade, fechando com variação positiva de 0,08%, aos 127.218 pontos.
A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), desacelerou a 0,21% em junho, após marcar 0,46% em maio. O novo resultado veio abaixo da mediana das expectativas do mercado financeiro. Segundo pesquisa da agência Reuters, a projeção era de taxa de 0,32% em junho.
Em 12 meses, porém, o IPCA ganhou força e passou a acumular inflação de 4,23%, conforme o IBGE. Nesse recorte, a alta dos preços era de 3,93% até maio.
Nos Estados Unidos, Jerome Powell afirmou que não estava pronto para concluir que a inflação está caindo de forma sustentável para a meta de 2% do Fed, embora tenha “alguma confiança nisso”.
Ele disse, ainda, que a política monetária está restringindo a economia, mas não está fazendo isso de forma agressiva.
“Parece que a política está sendo restritiva, mas não extremamente restritiva. Isso sugere que a taxa neutra de juros, pelo menos a partir de agora, terá aumentado um pouco, o que significa que as taxas serão um pouco mais altas” do que poderiam ter sido no passado, disse Powell a um painel do Congresso americano.
“O mercado realmente deu uma acalmada grande, e o preço das ações refletiu bem isso. Da mesma forma que a gente teve um movimento muito brusco de queda, de aversão ao risco, de alta do dólar, de alta dos juros, a gente teve uma volta dos preços praticamente na mesma proporção. Segue essa toada no dia de hoje, operando praticamente na estabilidade”, diz Felipe Moura, analista da Finacap.
Os números do aumento de preços no Brasil têm se tornado cada vez mais observados pelos membros do Banco Central, à medida que cresce a desancoragem das expectativas de inflação para este ano e o próximo. O resultado para o mês passado pode reduzir os temores do mercado em relação à inflação no Brasil.
“Os dados de inflação foram benignos e com a recente valorização da taxa de câmbio, as expectativas de inflação podem se estabilizar nas próximas semanas, contribuindo para reduzir a probabilidade de novas altas na taxa de juros no futuro. Porém, elas ainda seguem acima da meta e são de grande preocupação para o BC. Esse cenário se soma as dúvidas em relação à política fiscal brasileira e as incertezas no cenário externo”, afirma Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
Redação / Folhapress