Biden cita vitória nas primárias e faz apelo a democratas

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, escreveu uma carta aos parlamentares democratas pedindo apoio na sua candidatura à reeleição. Citando a vitória esmagadora nas primárias do partido, Biden se colocou como o melhor nome para a disputa e pregou união para derrotar Donald Trump em novembro.

Presidente se disse ‘firmemente determinado’ a permanecer na corrida. Biden reforçou que, “apesar das especulações na mídia e em todos os lugares”, continuará na disputa pela reeleição. “Tenho consciência das preocupações das pessoas. Não sou cego. Acreditem em mim, sei melhor do que ninguém da responsabilidade e do fardo que o escolhido do nosso partido carrega”, continuou.

Biden acredita ser a ‘melhor pessoa’ para derrotar Trump nas urnas. O presidente americano ainda listou números de sua gestão, como a criação de 15 milhões de empregos -sendo 200 mil só no mês passado-, a diminuição do preço dos medicamentos e o perdão a dívidas de financiamento estudantil para 5 milhões de pessoas. “Não tenho dúvidas de que eu posso e vou derrotar Donald Trump”.

Democrata também citou vitória nas eleições primárias. Para que um candidato seja escolhido como representante do partido, ele precisa do voto da maioria dos aproximadamente 4.000 delegados -e Biden conquistou quase 3.900 deles, tendo recebido 14 milhões de votos. “Vamos dizer agora que esse processo não teve importância? Que os eleitores não têm voz?”, questionou.

‘Republicanos estão do lado dos ricos e das grandes empresas’. Biden também acusou o adversário de querer cortar US$ 5 bilhões (cerca de R$ 27,4 bilhões) em impostos para os mais ricos, diminuindo os recursos da Previdência e da saúde. “Tudo o que [os republicanos] propõem aumenta os gastos para a maioria das pessoas”, disse o presidente. “Estamos protegendo as liberdades dos americanos”.

“Temos 42 dias para a Convenção Nacional [do Partido Democrata] e 119 dias para as eleições gerais. Qualquer enfraquecimento da determinação ou falta de clareza sobre a tarefa que temos pela frente só ajuda Trump e nos prejudica. É hora de nos unirmos e de avançarmos como um partido unificado para derrotar Donald Trump”, disse Joe Biden, em carta a congressistas.

POSSIBILIDADES E DIFICULDADES

Democratas têm até a Convenção Nacional para definir candidato. No evento, que acontece de 19 a 22 de agosto, o partido vai apresentar e oficializar quem vai concorrer contra Trump nas eleições de novembro. Analistas com quem o UOL conversou explicaram ser “praticamente impossível” que os democratas consigam substituir Biden -Se assim o quiserem- sem que o próprio presidente se retire da disputa, algo que ele já jurou diversas vezes que não faria.

Desistência de Biden seria a solução possível, mas é pouco provável. O democrata pode se retirar da disputa pela reeleição e continuar no cargo até o fim de seu mandato, mas seria uma situação bastante incomum: na história dos EUA, isso só aconteceu uma vez, em 1968, com o então presidente (e também democrata) Lyndon Johnson. Em caso de desistência, uma disputa seria aberta dentro do partido, uma vez que nem Biden, nem qualquer outra pessoa poderia nomear um sucessor.

Partido agora vive uma ‘sinuca de bico’, segundo especialista. Por um lado, tirar Biden da disputa enfraqueceria ainda mais sua imagem, reforçando a tese dos republicanos de que o presidente não é capaz de governar os EUA por mais quatro anos. Por outro, faltando menos de dois meses para a convenção democrata e pouco mais de quatro meses para a eleição, “qualquer candidato agora vai sair em grande desvantagem em relação a Trump”, diz Adriano Cerqueira, professor de Relações Internacionais do Ibmec-BH.

Redação / Folhapress

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