SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um depósito em juízo de R$ 913 mil devido às multas por não usar máscara na pandemia em idas ao estado de São Paulo. A informação foi divulgada ao UOL por Fábio Wajngarten, assessor de Bolsonaro.
O depósito acontece no mesmo dia em que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enviou um projeto de lei que anistia as multas da pandemia. Aliado de Bolsonaro, Tarcísio pediu caráter de urgência.
Bolsonaro foi presencialmente nesta quarta-feira (16) até uma agência do Banco do Brasil em Brasília. Em junho, ele teve sua conta bloqueada pela Justiça de São Paulo por não fazer o pagamento das multas. A assessoria de Bolsonaro afirmou que o valor de R$ 913.336,08 foi repassado pela Justiça.
O depósito foi feito em juízo, porque Bolsonaro aguarda o julgamento de um recurso no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). Caso tenha uma decisão favorável, o ex-presidente terá o valor devolvido.
Ao todo, o ex-presidente deve R$ 1.081.285,69 ao estado por desrespeitar o uso de máscara durante eventos em 2020 e 2021, segundo o portal de Dívidas Ativas de SP. Bolsonaro fez diversos passeios e agendas públicas durante o auge da pandemia sem usar a proteção facial –que se tornou obrigatória em diferentes lugares do país.
O envio do dinheiro ao tribunal paulista acontece após Bolsonaro receber mais de R$ 17 milhões em transferências via Pix identificadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Aliados do ex-presidente fizeram uma campanha para arrecadar recursos para multas.
Em 29 de junho, o ex-presidente chegou a dizer que já teria o valor para quitar a dívida. “Já foi arrecadado o suficiente para pagar as atuais multas e a expectativa de outras multas”, afirmou.
O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Fabrício Queiroz, foi uma das pessoas que participou da campanha e transferiu R$ 10. Outros políticos ligados ao ex-presidente chegaram a transferir R$ 1 mil.
“Qualquer valor para que Bolsonaro pague essas multas e não sofra nenhuma retaliação por parte do Poder Judiciário”, disse o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), durante o início da campanha.
ANA PAULA BIMBATI / Folhapress