Carpini explica tática, rebate pressão e cita lesões

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O técnico Thiago Carpini, do São Paulo, explicou o motivo de ter usado uma formação com três zagueiros na vitória sobre o Cobresal, em jogo disputado na noite de hoje e válido pela Libertadores. Ele ainda falou sobre a pressão sobre a continuidade no cargo e ressaltou o número de lesões em seu elenco.

O QUE ELE FALOU?

Tática. “Discordo que três zagueiros seja uma condição de se defender. Respeitamos o Cobresal e conquistamos a vitória. Em alguns momentos, o nervosismo de querer a vitória pode ter atrapalhado. Houve erros, é claro. Não houve tanto tempo para trabalhar. Com três zagueiros, a gente consegue ter amplitude pelos lados e dar mais profundidade. O Ferreira jogaria na função do Michel Araújo, que fez a ala. Conseguimos ter profundidade, proteger as transições do Cobresal – que era esperado em cima do que trabalhamos do adversário, que tem jogadores rápidos – e tentamos controlar alguns erros que vinham sendo recorrentes na linha de defesa. Quantos clubes aqui e fora do pais jogam com 3 zagueiros e não são defensivos?”

Protestos e pressão. “Eu entendo em alguns momentos a chateação do torcedor, mas prefiro valorizar o torcedor que nos empurrou o tempo todo. Por mais que o torcedor esteja incomodado – e ele tem razão -, a carga emocional para o jogo era muito grande. Sabemos que a primeira fase é tiro curto, e não vencer hoje seria muito desastroso para a caminhada do São Paulo. Não vejo de maneira tão ruim o que apresentamos, visto que tentamos uma formação com 3 zagueiros, tivemos a lesão do Ferreira que nos pegou de surpresa ontem. São coisas que as pessoas não fazem força – sei que vocês vivem o futebol e entendem que você nunca vai ter o seu melhor se você não repetir. Acredito na continuidade de ideias e que, às vezes, as pessoas esperassem o fim do ciclo sem resultado. Acredito na continuidade e acredito que a diretoria também pensa desta maneira.”

“Colinha”. “Tenho uma ‘colinha’ e, se não tivéssemos pontuado eu nem compartilharia, mas queria relembrar algumas coisas. Tivemos 71% de posse contra 29%, 26 finalizações contra seis e oito chances de gol contra zero. Estamos [no DM] com Luiz Gustavo, Lucas, Rafinha, Rato, Ferreira, Negrucci, Rodriguinho, Patryck, Moreira, Iba, Young e Nestor que voltou hoje. São 12 atletas do grupo. Como vamos ter continuidade e jogada combinada com esta dificuldade? É muito difícil. Me sinto confortável no desconforto, ainda mais quando sinto respaldo de quem é importante.”

Excesso de lesões. “Não [esticamos a corda], daqui a pouco a gente vai dizer que é o trabalho que afeta as lesões. É recorrente e um problema que precisamos resolver internamente: todos os departamentos assumirem as suas responsabilidades. Tivemos reuniões internas ontem, anteontem e vamos ter outra amanhã. Algo precisa ser feito. A gente precisa dividir essa responsabilidade para que isso não aconteça nos 90 minutos e não sobrecarregar os atletas. Primeiro em mim, e prefiro que a responsabilidade seja minha. Mas precisamos dividir. O Moreira é um caso que vem com recidiva. Luiz Gustavo vinha com uma situação no tendão. O Nestor já vinha de cirurgia. Rato e Rafinha foram fraturas. O Negrucci machucou na base. Se você pegar um balanço de lesões, não foram tantas musculares. Não é a carga de trabalho. Os fisiologistas e os preparadores são os mesmos.”

Críticas exageradas? “Por incrível que pareça, recebo mensagens positivas… em 16 rodadas, são 60% de aproveitamento com todas as dificuldades. Tivemos jogos ruins, jogos bons, conquistas, eliminações… tudo já aconteceu. No balanço geral, vejo uma cobrança e um peso um pouco exacerbados, mas a gente precisa respeitar. Não sei se por conta da idade, acho que pode pesar, mas acredito que não, porque a competência não está atrelada a isso. Vejo jovens jornalistas competentes. Não é por isso. Não cheguei de graça, cheguei com muito mérito e vamos continuar. Vamos ter conquistas boas. Não tenho medo de falar porque sei o que está sendo feito no dia a dia. Respeito qualquer opinião contrária, mesmo que eu às vezes discorde.”

James Rodríguez e grupo “na mão”. “É difícil falar sobre titularidade. Vamos ver o pós, como ele se reapresenta. Hoje, ele passou um pouco do limite e se dispôs a fazer o que ele fez. Isso é fantástico. Pela primeira vez, sinto o controle do grupo, tenho os caras do meu lado. A aceitação das ideias é cada vez mais aflorada. Isso seria uma dificuldade grande. Eu também ouvi algumas coisas… Era um trabalho encaminhado, realmente, mas também teve suas dificuldades.”

Como equilibrar o time? A gente precisa equilibrar coletivamente, e de certa forma os três zagueiros equilibram. Trabalhei com uma linha de quatro jogando com o Ferreira, depois em uma linha de três também com ele, e foi aí que ele sentiu nos treinos. Me sinto mais seguro porque vínhamos sofrendo alguns erros. A gente via que algumas coisas não estavam saindo como gostaríamos. Fizemos uma intertemporada que teve 14 atletas, mas faz parte. A gente está preparado para continuar no dia a dia fazendo o melhor e buscando alternativas dentro das dificuldades.”

BRUNO MADRID / Folhapress

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