Censo mostra que 18 municípios têm mais domicílios do que habitantes no Brasil

SÃO PAULO, SP E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Arroio do Sal, cidade gaúcha com cerca de 11,1 mil habitantes, tem 7.800 domicílios a mais do que residentes. Longe de ser uma cidade fantasma, o município (a 170 km de Porto Alegre) registra aumento na população durante o verão, quando famílias escolhem passar a temporada de férias perto do mar.

Esse fenômeno, que se estende a outras 17 cidades no país, foi verificado a partir das coordenadas geográficas do Censo Demográfico 2022, divulgadas nesta sexta (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Cada coordenada geográfica corresponde a um endereço visitado pelos agentes responsáveis pelo recenseamento, que pode ser um domicílio ou estabelecimento comercial, religioso, de saúde ou de educação, por exemplo.

Cruzando os dados de população do Censo —cuja referência é 31 de julho de 2022— é possível verificar onde há mais domicílios do que residentes. A maioria dos casos é de cidades turísticas, como Ilha Comprida (SP), Matinhos (PR), Ilha de Itamaracá (PE), Mangaratiba (RJ) e Saubara (BA).

O Rio Grande do Sul concentra 7 das 18 cidades nessa situação, a maioria no litoral norte do estado. Arroio do Sal, por exemplo, tem uma relação de 1,7 residência por pessoa —ou, lida de outra maneira, de 0,59 habitante por residência.

Outros municípios gaúchos que aparecem no ranking também ficam no litoral norte: Xangri-Lá (1,4 domicílio por habitante), Cidreira (1,4), Balneário Pinhal (1,3) e Palmares do Sul (1,3).

Jaguaruna (SC), Pontal do Paraná (PR), Imbé (RS), Ilha Comprida (SP) e Saubara (BA) completam a lista dos dez municípios com maiores números de domicílios por habitante. Nesses locais, a relação é de aproximadamente 1,2 residência por pessoa.

No Rio de Janeiro, Mangaratiba, que tem 41.220 habitantes, é famosa por abrigar condomínios luxuosos, incluindo a mansão do jogador Neymar, atualmente no Al Hilal, da Arábia Saudita.

Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou, por exemplo, que o movimento aumenta na cidade aos fins de semana com a chegada de famílias da zona oeste do Rio e da Baixada Fluminense interessadas em aproveitar o Poção de Muriqui, curso d’água que começa no encontro de três cachoeiras e avança pelas ruas até desaguar na praia de Muriqui.

Já Matinhos, no litoral do Paraná, alargou sua orla com 3,2 milhões de metros cúbicos de areia (220 mil caminhões), ao custo de R$ 314,9 milhões. Com isso, se juntou a outras cidades litorâneas do país que têm investido no alargamento para alavancar o turismo e driblar problemas de erosão costeira.

Na Baía de Todos os Santos, Vera Cruz (BA), desmembrada há seis décadas da vizinha Itaparica, tem entre seus destinos mais procurados a praia da Conceição, famosa pela boa estrutura e tranquilidade.

LUCAS LACERDA E LEONARDO VIECELI / Folhapress

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