Ciclone no RS deixa um morto, 20 feridos e mais de 800 mil sem energia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul desde a noite de quarta-feira (12) causa morte e estragos em dezenas de municípios. Conforme boletim da Defesa Civil gaúcha na manhã desta quinta-feira (13), 42 municípios do RS tiveram prejuízos. Santa Catarina também teve problemas.

O fenômeno deve continuar sobre os estados do Sul ao longo do dia, com pouca chuva, mas rajadas de vento que podem se aproximar de 80 km/h no litoral, até meados da tarde. Conforme o Inmet, a região metropolitana de Porto Alegre já passou pela fase mais crítica do fenômeno.

Conforme os últimos boletins das duas concessionárias de energia que atendem o RS, são mais de 825 mil pessoas sem energia. A CEEE-Equatorial tem 715 mil clientes sem luz, sendo as regiões mais afetadas a sul –Pelotas tem 130 mil sem luz, mais do que o dobro de Porto Alegre, que tem 60 mil– , litoral norte, metropolitana de Porto Alegre, litoral sul, centro sul e campanha.

Atendidos pela RGE são 110 mil sem luz, a maioria na serra gaúcha e no planalto.

Pela manhã, o prefeito de Rio Grande, no sul do RS, Fábio Branco, confirmou a primeira morte causada pelo ciclone. A vítima, ainda não identificada, teria sido atingida pela queda de uma árvore em sua residência, no bairro Maria dos Anjos.

Conforme a Defesa Civil, além do óbito há também 20 feridos, mas nenhum com gravidade –12 são de Sede Nova, município da região norte que sofreu destelhamentos, e em 8 em Tapejara, na região nordeste. Um dos feridos, de Sede Nova, foi hospitalizado em Três Passos, mas está fora de perigo.

Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em Bom Jardim da Serra (SC), região de cânions na fronteira com o RS, as rajadas de vento chegaram a 146,9 km/h.

No RS, onde 343 municípios estão em alerta vermelho desde quarta-feira, as regiões mais afetadas foram no sul, como Pelotas, Rio Grande e Canguçu, e no litoral norte.

No litoral, a estrutura da tradicional Festa do Peixe, em Tramandaí, foi destruída. Cidreira, também no litoral, teve 46 pessoas removidas de casa.

Na região sul, Canguçu teve rajadas de 100,4 km/h. Conforme a Prefeitura de Rio Grande, cerca de 100 casas foram destelhadas pelo vento e 17 pessoas desabrigadas.

Embora a chuva tenha diminuído, ainda há preocupação com o efeito retardado da chuva de quarta-feira, que provoca a cheia de rios nos dias seguintes. Em São Sebastião do Caí, a prefeitura trabalha na remoção de famílias ribeirinhas do rio Caí, que pode chegar a 12 metros de altura, mais de 10 metros do que o nível normal. No ciclone anterior, ocorrido em 15 de junho, a água chegou a 14 metros.

Conforme a Polícia Rodoviária Federal e a Empresa Gaúcha de Rodovias, há dez bloqueios em rodovias gaúchas. A estrutura temporária de acesso a Caraá – município mais afetado pelo evento de junho, com cinco das 16 mortes ocorrida no RS –foi comprometida. Em algumas rodovias, como a RS-474 e a RS-441, o bloqueio se dá pela cheia sobre a pista. Outras cinco têm bloqueios parciais.

Santa Catarina também foi afetada com força na madrugada desta quinta-feira. Em Chapecó, onde o vento chegou a 80 km/h, árvores caíram sobre carros e casas e placas foram arrancadas. Em Ibicaré, a SC-453 foi interditada nos dois sentidos com a queda de galhos de árvores. Conforme o governo do estado, há três bloqueios totais e outros três pontos de atenção, com trânsito em meia pista.

O ciclone é o terceiro a afetar o sul do Brasil em menos de um mês, o segundo com gravidade.

CAUE FONSECA / Folhapress

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