SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Confusão de Milei com criptomoedas, disputa pelo mercado de carros de luxo na China e outros destaques do mercado nesta quarta-feira (19).
**AZAR O SEU**
Começamos a semana falando sobre o bafafá causado por um tuíte do presidente argentino, Javier Milei, que divulgava a criptomoeda $Libra. Em horas, o token se valorizou e, logo depois, caiu.
Quem já tinha o ativo na carteira antes do compartilhamento do líder conseguiu vendê-lo com o preço lá em cima.
Mas quem investiu depois da cartada pode ter perdido muita grana. Neste caso, o presidente acredita que seja azar.
PRESO NA GARGANTA
O chefe da Casa Rosada deu uma entrevista ao canal TN (Todo Noticias), mas não falou muito sobre o criptogate no ar.
No YouTube da rede televisiva, foi publicado um trecho da conversa que havia sido cortado da transmissão em que um assessor interrompe e reclama de uma pergunta. As imagens foram apagadas do canal, mas foi o suficiente para alastrar o incêndio nas redes sociais.
ECONOMISTA OU PRESIDENTE?
Entre as falas que causaram burburinho, Milei disse que o post foi feito em seus perfis pessoais, e não tratava do assunto como um chefe de estado.
É bom que você indique que [o post] foi como cidadão, porque postei na minha conta pessoal, disse ao jornalista Jonatan Viale.
O entrevistador retrucou que não há como dissociar os dois papéis.
O líder ainda afirmou que apenas uns cinco argentinos devem ter investido no token. O restante, americanos e chineses.
Se você vai ao cassino e perde dinheiro, qual é a reclamação, se você sabia que tinha essas características?, declarou.
MAIS PROBLEMAS
Javier Milei disse não ter recebido pagamento para promover a $Libra. Segundo ele, compartilhou por puro ímpeto e agiu de boa fé.
Entretanto, mensagens obtidas pelo jornal argentino La Nación e pelo site CoinDesk mostram um dos criadores da criptomoeda, Hayden Davis, afirmando que fazia pagamentos ao governo argentino.
Ele escreveu que envia dinheiro à irmã do presidente, Karina, que é secretária-geral da Presidência.
Milei e Davis chegaram a se reunir presencialmente na Casa Rosada.
REPERCUSSÃO
Na segunda-feira, mesmo antes da entrevista, uma juíza federal foi designada para investigar o caso depois que mais de cem queixas foram apresentadas ao Judiciário do país.
**PORSCHE = FUSCA (?)**
O nome Porsche é um sinônimo de luxo e desempenho em quase todo o mundo menos na China.
Os fabricantes de automóveis estão perdendo espaço para rivais chineses que redefiniram o conceito de carro premium para um que é elétrico e mais inteligente.
Já falamos sobre a crise das fabricantes de carros na Alemanha na newsletter. Você entende melhor o assunto nesta reportagem.
CÓPIA OU NOVIDADE?
Alguns modelos chineses são parecidos (demais) com veículos de outras marcas. Um exemplo clássico é o SU7 da Xiaomi, que imita o Taycan da Porsche. Eles rivalizam na potência e frenagem.
Mas o SU7 tem inteligência artificial integrada. A cereja do bolo: custa aproximadamente a metade do preço de um Taycan.
O resultado: os fabricantes europeus veem suas vendas caírem na China, que foi, por muito tempo, um dos mercados mais consolidados de automóveis de primeira linha.
Mais um gostinho amargo para uma situação que já não era promissora para as fabricantes ocidentais.
Enquanto isso, a Xiaomi ganha espaço. Ela vendeu mais de 100 mil unidades do SU7 em 2024.
No mesmo período, as vendas da Porsche no país caíram 28%.
A aderência da montadora alemã em todas as outras regiões do mundo. Contudo, o declínio na China foi tão significativo que reduziu suas entregas globais no ano em 3%.
CAVALO DE PAU
Diante do resultado, a decisão da europeia não foi tentar brigar no âmbito tecnológico e elétrico. A Porsche anunciou uma mudança de linha para reinvestir em carros a combustão.
800 milhões (R$ 4,75 bilhões) é a previsão da empresa para motores a combustão e modelos híbridos plug-in.
Isso é mais um movimento da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Achou que ia passar ileso hoje, leitor? De forma alguma.
Enquanto Trump acirra a competição desincentivando o avanço dos veículos elétricos no próprio país, as grandes marcas escolhem a quem se alinhar, de olho em para onde acredita que os clientes seguirão.
**DE ONDE VEM A SUA XÍCARA?**
A polêmica do mercado sobre a qual vamos falar hoje surgiu pelo seguinte motivo: em alguns itens, o valor sentimental é até maior que o financeiro.
Os personagens:
– Tânia Bulhões é uma empresária mineira, dona de uma grife de decoração, louças e perfumaria. A marca, que leva seu nome, vende itens com preços altos e a afirmação de que tudo ali é artesanal e único o luxo da escassez.
– TikTok é a rede onde uma usuária postou um vídeo mostrando que, enquanto tomava um cafézinho na Tailândia, foi servida com uma xícara idêntica à vendida por Bulhões. O pulo do gato é que o emblema no fundo era de uma fabricante turca.
A publicação levantou questionamentos sobre a legitimidade das histórias contadas pela empresa, a procedência do material vendido e a margem faturada pela companhia em cima de peças vendidas a um preço alto.
Usuários ainda acharam produtos parecidos no Aliexpress e na Amazon.
– Os limões sicilianos de Minas Gerais. O objeto encontrado em uma lanchonete tailandesa poderia fazer parte da coleção Marquesa.
Para montar uma mesa de quatro pessoas, o valor aproximado da coleção é R$ 10.660, somando os preços disponíveis na rede.
JOGO DA IMITAÇÃO
A gente está vivendo a era das imitações, e de muita falsificação. Nada impede que as plataformas estejam criando e colocando à venda produtos agora, depois da polêmica, explica Cecília Rapassi, sócia-diretora da Gouvêa Fashion Business.
Esse tipo de conteúdo inflama as redes sociais: uma briga para achar versões mais baratas de produtos de luxo, como bolsas, perfumes, sapatos e tudo mais.
O que diz a marca: que suas peças são copiadas o tempo todo sem autorização.
No caso da xícara na Tailândia, a Tânia Bulhões diz ter havido venda não autorizada de peças descartadas pelo controle de qualidade.
O vazamento teria partido de um dos fornecedores terceirizados. Um produz a porcelana branca e outro aplica a decoração.
À medida que crescemos, percebemos que, especialmente com coleções antigas, poderíamos ter tido um controle mais rigoroso sobre nossa propriedade intelectual, escreveu a companhia em nota.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
O retorno do teto de gastos seria a solução para o juro cair a um dígito, segundo Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú e ex-BC.
Sem ficar devendo. C6 bloqueia apostas em bets se cliente entrar no vermelho.
Redação / Folhapress