Doações para o RS mobilizam sociedade civil e poder público em Santa Catarina

RIO DE JANEIRO, RJ, E RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – Entidades públicas e privadas realizam mobilizações no estado de Santa Catarina para levar doações para o Rio Grande do Sul, estado vizinho atingido por cheias que provocaram dezenas de dezenas de mortes.

Com o aeroporto de Porto Alegre fechado, o território catarinense tornou-se um corredor fundamental para a chegada de itens de higiene pessoal, comidas, roupas e outros suprimentos para a população afetada pelas chuvas no estado gaúcho.

A fundação Somar, rede de voluntários vinculada à Prefeitura de Florianópolis, tem atravessado as divisas do estado com caminhões levando galões e garrafas de água. A ONG Vida Pet, de Itajaí (a 103 km de Florianópolis), ocupou duas caminhonetes com ração animal e medicamentos veterinários.

“Nossa rede de contatos é pequena, mas busquei, via redes sociais, pessoas que estivessem a caminho do Rio Grande do Sul. Pretendo fazer ao menos mais três doações até o fim de semana”, afirmou Virgínia Dutra, gestora da ONG.

Caminhoneiros e empresários de transporte de cargas de Santa Catarina se voluntariaram para enviar doações. Felipe Mandira, dono de uma transportadora de Tijucas (a 57 km de Florianópolis) com frota de nove carretas, suspendeu as atividades da empresa e escalou os caminhoneiros para realizarem o trajeto de Santa Catarina ao Rio Grande do Sul.

Desde segunda-feira (6), duas carretas da Mandira Transportes foram enviadas a Canoas (a 21 km de Porto Alegre), duas a Esteio (a 24 km de Porto Alegre) e uma a Bento Gonçalves (a 129 km de Porto Alegre).

“As empresas fabricantes de águas estão doando muito. Somos uma transportadora pequena, mas que gerou muita mobilização. Ocupo meus caminhões com água, coloco colchões por cima, além de produtos de limpeza e alimentos. O que dá, eu levo”

Caminhoneiros da empresa relataram dificuldades para acessar municípios gaúchos, como Eldorado do Sul e Cachoeirinha.

“Dentro das minhas carretas eu cheguei a levar um barco, porque em muitas cidades existem pontes que não estão confiáveis para a passagem de um caminhão.”

Influenciadores digitais de Santa Catarina também construíram uma rede para enviar donativos. Camila dos Reis, 34, dona de uma página com 98 mil seguidores no Instagram sobre dicas de lazer e gastronomia em Florianópolis, juntou outros influenciadores e comprou água de fabricantes de Santa Catarina.

Cerca de 60 mil litros foram enviados na terça (7), através de caminhoneiros, transportadoras e ONGs que possuem veículos próprios.

“Queríamos usar nossa influência local para impactar pessoas. Começou como um movimento regional e tomou uma proporção muito grande. Chegamos em um impasse em que as próprias fabricantes de água estão com a produção esgotada.”

Já no âmbito público, o governo de Santa Catarina fez o transporte de medula óssea de um doador no Canadá para a realização de um transplante em um paciente do Rio Grande do Sul. O envio envolveu a logística da SC Transplantes e o transporte aéreo.

A governo catarinense também enviou 484 bolsas de hemocomponentes do Centro de Hematologia e Hemoterapia do estado ao Rio Grande do Sul.

A Prefeitura de Florianópolis realiza campanha com centenas de voluntários para receber, checar e transportar os donativos.

Ao todo, segundo a gestão municipal, mais de 100 toneladas de donativos essenciais já foram enviadas para as regiões atingidas. Itens como água mineral, alimentos não perecíveis, produtos de higiene pessoal, roupas de cama, cobertores, rações para animais de estimação e leite são as prioridades.

YURI EIRAS E JOSÉ MATHEUS SANTOS / Folhapress

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