SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar registrava alta e a Bolsa brasileira caía nesta segunda-feira (8), enquanto o mercado aguarda a divulgação de novos dados de inflação nos Estados Unidos e no Brasil nesta semana.
A sessão desta segunda-feira antecede o feriado da Revolução Constitucionalista de 1932, comemorado em São Paulo, que manterá na terça-feira (9) os negócios com moedas fechados no estado o que reduz a liquidez no câmbio, embora outras praças permaneçam abertas.
“Agenda [na semana] são os índices de preço ao consumidor aqui e nos EUA, que vão balizar expectativa de inflação e, por consequência, juros”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
Às 10h30, o dólar subia 0,54%, cotado a R$ 5,489, enquanto o Ibovespa recuava 0,46%, aos 125.683 pontos.
No exterior, as apostas sobre quando ocorrerá o primeiro corte de juros nos EUA seguem sendo o foco de investidores. Os dados de emprego e de inflação divulgados recentemente apontaram para uma desaceleração da economia americana, aumento o otimismo sobre uma possível redução das taxas neste ano.
As autoridades do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) seguem afirmando, no entanto, que ainda precisam de novos dados para obter confiança em iniciar o ciclo de afrouxamento monetário.
No cenário doméstico, o IBGE divulgará na quarta-feira os números do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para junho, com expectativa de analistas consultados pela Reuters de desaceleração para alta de 0,32%, ante avanço de 0,46% em maio.
Os números de preços têm se tornado cada vez mais observados pelos membros do Banco Central, à medida que cresce a desancoragem das expectativas de inflação para este ano e o próximo.
Economistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus elevaram novamente nesta segunda-feira sua expectativa para o IPCA ao final de 2024 e 2025. Neste ano, os analistas veem os preços fechando em 4,02%, ante 4,0% na semana anterior.
Em 2025, o IPCA agora é visto encerrando o ano em 3,88%, de 3,87% na semana passada.
Os investidores também devem se manter atentos às próximas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua equipe econômica sobre o compromisso do governo federal com o ajuste das contas públicas.
A preocupação do mercado nacional com o ajuste fiscal e críticas de Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, têm elevado a divisa norte-americana nas últimas semanas. O dólar chegou a atingir seu maior valor de fechamento desde janeiro de 2022 na terça-feira passada, a R$ 5,66.
Com Reuters
Redação / Folhapress