Em plano para Trump, Jon Voight propõe ‘teste cultural americano’ para filmes

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ator Jon Voight, nomeado como embaixador especial de Hollywood pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs um plano para impulsionar a indústria americana de cinema, podendo afetar também produções de TV e do streaming.

Os documentos do plano foram divulgados na íntegra, nesta terça-feira (6), pelo Deadline, e incluem propostas de taxação para obras que recebam incentivos de outros países, incentivos para produções majoritariamente americanos e até uma espécie de “teste cultural” para avaliar o teor da produção em relação aos valores americanos.

Na segunda-feira (5), Voight apresentou a Trump um plano “para ver Hollywood prosperar e fazer filmes maiores e melhores do que nunca” e “ver as produções voltarem para a América e Hollywood”.

“Chegamos a um ponto em que realmente precisamos de ajuda, e graças a Deus o presidente se importa com Hollywood e filmes”, afirmou Voight, à revista Variety. “Ele tem um grande amor por Hollywood nesse sentido. Temos que arregaçar as mangas aqui. Não podemos deixar que isso vá pelo ralo como Detroit.”

O plano cita créditos fiscais de 10% a 20%, que pode receber mais incentivos, de 5% a 10%, caso a produção seja independente ou realizada em locais “economicamente desfavorecidos”, entre eles, a Califórnia.

Para disputar os benefícios, uma produção deve comprovar que pelo menos 75% da sua produção e pós-produção foram concentradas nos Estados Unidos e com profissionais americanos, além de passar por um “teste cultural”. Baseado no modelo vigente no Reino Unido, este sistema, com pontuação, avalia os temas retratados no filme, a nacionalidade do elenco e da produção, entre outros fatores.

O texto cita que coproduções entre os Estados Unidos e produtores não americanos podem ser qualificados para os incentivos, caso eles não recebam benefícios de outro país.

No (4), Trump chocou a indústria cinematográfica global ao afirmar tarifas de 100% sobre filmes produzidos fora dos Estados Unidos, sob a justificativa de serem uma “ameaça à segurança social”.

De forma semelhante, o plano de Voight propõe que, caso uma obra pudesse ter sido feita nos Estados Unidos, mas foi produzida em um país estrangeiro para receber um incentivo fiscal, ela será taxada em 120% do valor do incentivo estrangeiro.

O documento também cita que famílias irem ao cinema “é um dos grandes passatempos americanos que deve ser preservado”, e que o impacto deste tipo de experiência compartilhada é “inestimável”.

Assim, o texto descreve créditos fiscais de infraestrutura para a construção e reforma de cinemas; instalações de produção, pós-produção, efeitos visuais e inteligência artificial; construção de estúdios; além de um vago programa de treinamento para formar americanos com as habilidades necessárias.

Para os serviços de streaming, como Netflix e Amazon, produções também devem passar por um limiar mínimo de “teste cultural americano”.

O plano ainda critica a regra em que serviços de streaming exigem 100% dos direitos de uma produção exibida. O texto propõe a volta das Regras de Interesse Financeiro e Distribuição, que proibia canais televisivos de terem os direitos dos programas exibidos.

Redação / Folhapress

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