SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Equipes de resgate da Espanha encontraram nesta segunda-feira (10) um barco de pesca com 86 migrantes de países da África Subsaariana perto da costa das ilhas Canárias. Inicialmente, as autoridades sugeriram se tratar de uma embarcação desaparecida há duas semanas com 200 pessoas, versão que foi revisada.
A Guarda Costeira espanhola enviou uma embarcação para resgatar os migrantes, cujos países de origem ainda não foram detalhados, e o barco em que estavam foi rebocado. Segundo informações iniciais, 80 migrantes são homens e os outros 6, mulheres.
O grupo de ajuda aos migrantes Walking Borders afirmou no último domingo (9) que um navio de pesca com cerca de 200 pessoas e outros dois veículos um com cerca de 65 pessoas e outro com 50 a 60 a bordo estavam desaparecidos havia cerca de duas semanas. As três embarcações deixaram o Senegal para tentar para chegar à Espanha.
Segundo a ONG, a maior das três embarcações partiu em 27 de junho da cidade de Kafountine, a cerca de 1.700 quilômetros das Canárias. “Familiares relataram a perda dessa embarcação após ficarem dias sem notícias”, disse a coordenadora da ONG, Helena Maleno. “Eles estão na água há muitos dias, mas são embarcações de madeira, e ainda temos tempo para recorrer a meios de resgate para salvar essas vidas.”
A Espanha é uma das principais portas de entrada de migrantes em situação ilegal na Europa, embora em muitas ocasiões seja apenas uma parada na jornada rumo a outros países da região.
De acordo com números do Ministério do Interior, 12,7 mil migrantes chegaram à Espanha de forma irregular no primeiro semestre deste ano, a maioria dos quais (7.213) por meio das ilhas Canárias diminuição de 11,35% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A rota de migração atlântica, uma das mais mortais do mundo, é em geral usada por migrantes da África Subsaariana. Ao menos 559 pessoas incluindo 22 crianças morreram no ano passado durante tentativas de chegar às ilhas Canárias, de acordo com dados da ONU.
Em junho, o Senegal registrou alguns de seus piores tumultos dos últimos anos, após o líder opositor Ousmane Sonko ser condenado a dois anos de prisão.
O político, terceiro colocado nas eleições presidenciais de 2019, foi absolvido da acusação de estuprar uma mulher de 21 anos, mas a corte o condenou por outro delito descrito como comportamento imoral contra menores de 21 anos a mulher tinha 20 anos à época do suposto crime. A decisão, que ele considera uma conspiração política, deixa Sonko fora das eleições de fevereiro de 2024.
Nas manifestações, as autoridades mobilizaram as Forças Armadas na capital, Dacar, para conter os distúrbios que duraram dois dias e deixaram ao menos 16 mortos e 500 detidos. O país, porém, viveu uma sensação de alívio após o atual presidente, Macky Sall, dizer que não concorrerá a um terceiro mandato, o que seria inconstitucional.
A decisão foi celebrada pela comunidade internacional e por críticos do líder. Sall foi eleito pela primeira vez em 2012 para um mandato de sete anos e reeleito em 2019, para mais cinco anos. Seu segundo período no poder foi particularmente turbulento para um país em geral visto como uma das democracias mais fortes da África.
Redação / Folhapress