EUA e Reino Unido voltam a atacar Iêmen; houthis disparam contra navio

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Estados Unidos e do Reino Unido voltaram a unir forças em um ataque conjunto contra os rebeldes houthis no Iêmen, atingindo oito alvos no país árabe ao longo desta segunda-feira (22). É a segunda vez que os aliados, apoiados por outras nações, agem em conjunto na guerra.

Para os americanos, foi o oitavo bombardeio -o mais recente havia sido no sábado (20). Nesta segunda, foram destruídas estações de vigilância eletrônica e ao menos um depósito subterrâneo reforçado para guardar mísseis e foguetes.

Os houthis, rebeldes apoiados e armados pelo Irã que controlam parte do Iêmen desde a eclosão de uma guerra civil em 2014, têm atacado navios mercantes que dizem ter relação com Israel no mar Vermelho, em apoio ao grupo terrorista palestino Hamas no seu conflito com o Estado judeu.

Desde a semana passada, declararam guerra aos navios dos EUA após a primeira ação anglo-americana contra suas bases terrestres. O ataque desta segunda foi o mais elaborado desde o primeiro, ocorrido na sexta retrasada (12).

Além de mísseis lançados por navios, foram empregados quatro caças britânicos Eurofighter Typhoon baseados em Chipre, que lançaram bombas guiadas a laser e GPS Paveway 4 contra o depósito houthi perto da capital do país, Sanaã.

Mais cedo, os rebeldes haviam dito ter disparado um míssil de cruzeiro antinavio contra o navio de carga militar americano Ocean Jazz no golfo de Áden, que liga o mar Vermelho ao oceano Índico. Os EUA não comentaram o episódio, e os houthis não falaram se tiveram algum sucesso na ação.

No X, a rede social anteriormente conhecida como Twitter, os houthis afirmaram que “os bombardeios apenas vão aumentar a determinação do povo iemenita”. O ataque foi ordenado após telefonema entre o presidente Joe Biden e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.

Segundo a rede de TV CNN, as ações aliadas no mar Vermelho ganharam um codinome oficial no Pentágono, Operação Poseidon Arqueiro. Isso não é casual: significa que mais recursos e coordenação serão destinados ao que antes eram ataques pontuais, sugerindo o agravamento da crise aos olhos de Washington.

Desde novembro, as ações houthis causam disrupção no trânsito do mar Vermelho, por onde passavam 15% do comércio em navios do mundo. Cargueiros, petroleiros e navios com gás liquefeito têm sido desviados nas rotas entre a Ásia e o Oriente Médio para a Europa pela África, aumentando em quase duas semanas diversos trajetos.

O impacto nos preços de insumos alimentícios e no petróleo ainda está sendo avaliado, mas a preocupação de empresários foi ouvida até no Fórum Econômico Mundial, ocorrido na semana passada em Davos (Suíça).

IGOR GIELOW / Folhapress

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