O técnico Fernando Diniz terminou nesta segunda-feira (11) o primeiro ciclo de treinos à frente da seleção brasileira. Essa não foi uma experiência meticulosamente pensada por ele quando começou a carreira em clubes menores. Mas o resultado agradou muito ao treinador, que dirige o Brasil diante do Peru nesta terça-feira (12), em Lima, pela segunda rodada das Eliminatórias da Copa 2026.
“Eu sou muito focado no que faço, naquilo que estou fazendo, me entrego assim. A seleção estava dentro de mim quando eu estava no Votoraty, no Fluminense, em todos os clubes que trabalhei na minha vida. É um momento orgânico. Não fiz um plano de carreira para estar aqui na seleção. É uma experiência com muito esforço. Aconteceu com naturalidade”, disse Fernando Diniz.
O treinador da seleção valorizou o fato de a bola relação com jogadores ter se desenvolvido de forma tão rápida.
“É um pouco parecido de quando chega em um novo time, não tem muita diferença. Jogador é similar, do Fluminense, São Paulo e seleção, têm coisas em comum. Tento me aproximar, criar vínculos rapidamente. Acho que isso a gente está conseguindo. Uma das coisas que está em uma velocidade boa é o estabelecimento de boas relações humanas com os jogadores. Somado a isso, vamos implementando aos poucos a parte tática que a gente deseja”, disse.
Herança do Tite. “Peguei um time muito bem estruturado, tanto na parte tática, quanto na base relacional também. Os jogadores se dão bem e colocamos alguns jogadores. Euforia é normal do ser humano, jogamos muito bem, mas já passou e é pé no chão, outro jogo. Certa rivalidade, time tradicional, decisão de Copa América. Temos que pensar apenas em dar nosso melhor”.
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OUTRAS RESPOSTAS DE DINIZ
Repetir escalação
“Tem a ver com as duas coisas. Gostei bastante, os jogadores vão ganhando mais entrosamento. A tendência é de manutenção da equipe”.
Peru
“Time muito forte fisicamente, bem treinado, esperamos dificuldade. Time de bons recursos técnicos, bons jogadores. Esperamos dificuldade”.
André e Nino no grupo
“É muito bom tê-los aqui, trabalhamos no Fluminense. Um ou outro pode perguntar alguma coisa, mas não é a maior importância. Eles se colocaram aqui pela qualidade e estão brigando por espaço, cada um do seu jeito”.
Prioridade é montar defesa ou ataque?
“Não é de montar de trás para frente, ter um time que se protege bem. Oferecemos muito contra a Bolívia e oferecemos pouco, é o ideal. Temos muita preocupação defensiva, apesar de gostar de time para frente e ter a posse. A forma de não tomar gol é ficar com a bola. Contra a Bolívia, não tivemos a bola e levamos o gol. Esse cuidado sempre tenho nos meus trabalhos. Aqui a gente segue esse curso e aí vamos implementando as ideias que temos. Gosto que tenham prazer de jogar e que esse prazer passe para a torcida. Tenho muita alegria de ver como foi em Belém. Sempre jogamos para vencer. Mas se jogarmos, vencermos e criar esse sentimento no torcedor, é o melhor cenário possível”.
Neymar ‘todo-campista’
“Os jogadores com a qualidade acima da média precisam pegar mais na bola. Ele vai ter essa liberdade. Se não tiver a bola na frente, precisa pegar a bola em algum lugar. Se ele puder pegar na frente para decidir, é uma das regras, mas vai ter liberdade como contra a Bolívia. Participou do início de duas construções contra a Bolívia. E depois começa e termina com o gol”.
Seis jogos seguidos da seleção sofrendo gols
“Essa estatística eu não sabia, a gente faz de tudo para não tomar gol. A gente se defendeu muito bem, demos poucas chances para a Bolívia e levamos gols. Sofremos pouco. Esperamos dar um padrão muito bom defensivo para não levar gol”.
Como definiria o Peru?
“O time peruano é muito forte, vimos jogos diferentes do Peru. Time mais pressionante e outros mais atrás. Jogo mais apoiado, outros de mais direta. Procuramos mapear, estudar todas as formas para estarmos bem preparados amanhã”.
Como vai o Brasil?
“A equipe está preparada para todos os cenários, joga de maneiras distintas. Conhecemos bem o Guerrero, capitão, e sabemos das qualidades ofensivas e defensivas do Peru. Estamos preparados para todos os cenários”.
LUCAS MUSETTI PERAZOLLI / Folhapress