‘Não quero ver minha filha chorando’, diz Samara Felippo sobre racismo em escola

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A atriz Samara Felippo afirmou não querer mais ver a filha chorando por ser vítima de racismo e diz que gostaria que as duas estudantes do Colégio Vera Cruz que ofenderam a jovem fossem expulsas.

“Não quero ver minha filha chorando”, disse ela em entrevista ao “Fantástico”, na TV Globo, neste domingo (5).

No último dia 22, a filha mais velha da atriz foi vítima de racismo no Colégio Vera Cruz, na zona oeste de São Paulo. O caso ganhou repercussão por ter ocorrido em uma das escolas privadas mais tradicionais da capital e também por ter sido uma unidade em que os pais se mobilizaram nos últimos anos para que fosse implementado um projeto de educação antirracista.

Felippo relata que alunas do colégio arrancaram todas as páginas de um trabalho que a jovem havia feito. “Dentro do caderno, tinha uma frase de cunho racista gravíssima”, disse. “Não estou aqui para apedrejar a escola, mas ainda é um projeto antirracista falho.”

Ela afirma que gostaria que sua filha não convivesse com as agressoras. “Quando elas voltarem ao ambiente escolar, a minha filha vai revisitar essa dor. Não quero mal e não estou odiando ninguém”, afirmou a atriz.

Diante do caso de grande repercussão, a Filippo diz que deseja trazer para o centro desse debate as mães pretas. “Todos os dias, elas precisam revisitar dores que elas viveram e eu nunca vou passar.”

Agora, ela afirma que sua filha, aos 14 anos, está em pleno processo de formação. “Ela é muito na dela, ela é muito amorosa, ela é muito sensível e é muito lindo de ver, ela conseguindo falar tudo o que ela precisa falar. Blindar realmente não dá. Mas é fazer com que ela tome consciência do poder que ela tem, da menina maravilhosa que é e que ela pode ocupar o espaço que ela quiser.”

O coordenador de ensino fundamental do colégio, Daniel Helene, também em entrevista ao Fantástico, afirmou que se a instituição confirmar que as alunas são reincidentes em episódios racistas, elas seriam expulsas. Porém, até o momento, isso não foi confirmado.

“Viver um projeto antirracista não significa que vamos viver do dia para a noite uma situação onde o racismo não acontece”, disse ele. “O importante no projeto de educação antirracista é o que a gente vai fazer a partir dali, como a gente cuida da vítima, como fazemos que os agressores entendam a gravidade do que fizeram.”

Redação / Folhapress

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