SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A defesa do piloto Fábio Salvador Pereira, que pilotava o balão que sofreu acidente no domingo (15), em Capelo do Alto, interior de São Paulo, e causou a morte de Juliana Alves Prado, 27, diz que apenas as pessoas que pularam do veículo sem autorização se machucaram.
O advogado Gabriel Gianinni Ferreira disse que o piloto está com a documentação em dia e que o acidente ocorreu em razão de uma mudança do clima.
“O acidente aconteceu por causa de ventos fortes que não teve como ser evitado. Essas pessoas que acabaram se machucando foram pessoas que pularam do balão sem a determinação dele [piloto] e que acabaram se machucando”, afirmou Ferreira.
O advogado afirmou que Juliana também pulou do balão.
“Tinham 35 pessoas no balão, no total. Todas as pessoas que aguardaram ele fazer o pouso estão bem. As que acabaram pulando é que acabaram se machucando de alguma forma. Isso também foi o que atrapalhou alguns momentos, porque tem peso específico do balão, então, essas pessoas pulavam, acontecia outro problema. Foi mais pelo desespero das pessoas pularem que veio fazer com que essas pessoas tivessem qualquer tipo de problema”, afirmou Ferreira.
Ele afirmou que Pereira está com a documentação em dia.
“Na determinação da Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] não existe uma regulamentação específica para transporte de passageiros. Seria o voo turístico e a única licença que teria hoje em dia para um balonista transportar o voo turístico seria essa de PBL [Piloto de Balão Livre que a Anac fornece. É essa a licença que ele tem”, explicou.
Segundo a Anac, o balão utilizado em práticas aerodesportivas, assim como outros esportes radicais, é considerado de alto risco. O veículo não depende de certificação. “Também não existe uma habilitação técnica emitida para a prática, e as habilidades e os conhecimentos de cada praticante são diferenciados. Nesses casos, cabe ao desportista a responsabilidade pela segurança da operação”, afirmou a agência.
Sobre a licença de piloto, a Anac afirma que é necessária apenas o certificado da prática do balonismo profissional, que se submete às regras do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil.
O advogado do piloto disse ainda, que Pereira nunca teve nenhuma empresa de turismo de balão. “A empresa não é dele. Ele nunca teve empresa disso. Ele é um autônomo que prestava esse serviço.”
O advogado afirmou, ainda, que o piloto não tinha informação de a empresa Aventurar, para qual prestava o serviço, estava com algum problema cadastral ou de documentação.
A Folha tentou contato nos telefones da empresa disponíveis em seu site e no Instagram, mas não teve resposta.
Ferreira afirmou que vai impetrar um habeas corpus pedindo a liberdade do piloto porque não houve conduta dolosa.
“Ele não teve nenhuma conduta imperita nem nada do tipo. Foi apenas um incidente ocorrido realmente por causa de ventos fortes que não teria como ser previsto isso”, finalizou.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que todas as circunstâncias relacionadas às causas do acidente seguem em investigação pela Delegacia de Capela do Alto. O piloto do balão foi preso em flagrante, depois convertida em preventiva (sem prazo).
FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress